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Leandro Vilar

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Um breve relato acerca da origem dos nomes dos estados do Brasil

Desde 1990 a República Federativa do Brasil o quinto maior país do mundo com mais de oito milhões de quilômetros quadrados de área, um dos mais populosos países do mundo com quase duzentos milhões de habitantes, possuindo a maior população católica do planeta, uma das dez atuais maiores economias do planeta, devido a crise econômica na Europa; como também um dos países com piores índices na educação, saúde, segurança, bem-estar, política, corrupção, etc., ocupando a posição 85 no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), algo bem contrastante com a posição que ocupa no cenário econômico mundial. É atualmente dividido em 26 estados, 1 distrito federal e 5570 municípios

A proposta deste texto é falar brevemente acerca do significado do nome dos estados, suas origens e do distrito federal, contando brevemente a história da origem destes estados, pois emboras já fossem ocupados por povos indígenas, tais regiões não eram chamadas pelos nomes que conhecemos; além disso, apresentarei  algumas informações extras.

Acre (AC)

Capital: Rio Branco
Gentílico: Acriano (antigamente era acreano)
Fronteiras: Amazonas (N), Rondônia (L), Peru (O) e Bolívia (S)
Número de Municípios: 22
Região: Norte

O Acre é um dos estados mais recentes do Brasil, pois originalmente era território da Bolívia, no entanto a partir de 1877, a exploração das seringueiras na Floresta Amazônica, levou muitos trabalhadores para o Norte, especialmente emigrantes nordestinos, em busca de conseguir emprego como seringueiros, pois o mercado da borracha estava em alta, logo, a região que compreendia o Acre era rica seringueiras. Em 1899, os bolivianos tentaram recuperar o Acre, dando início a Revolução Acriana (em espanhol é chamada de Guerra do Acre), o conflito durou até 1903, e neste tempo, o Acre fora proclamado por Luis Gálvez Rodriguez de Arias (1864-1935) de República do Acre (a ideia era se criar um estado temporário para se vencer a luta contra os bolivianos e finalmente ingressar como parte do Brasil), a qual durou apenas alguns meses, sendo abolida pelo presidente do Brasil, Campos Sales em 1900, no entanto, o conflito se manteve até 1903, e posteriormente a República brasileira negociou com a Bolívia a compra deste território que já era ocupado de forma civil e militar desde 1877. 

Localização do Acre

Em 1904 o Acre foi reconhecido como território federal oficial do Brasil, mas apenas em 1962 é que o presidente João Goulart oficializara o Acre como um estado, pois até então o Acre não possuía autonomia política para eleger os cargos do governo, organizar os municípios, criar leis, etc. 

Bandeira do Acre

O nome Acre não advêm da mesma palavra que pode ser encontrada na língua portuguesa e em outros idiomas, mas na verdade fora um erro de interpretação ou uma adaptação sonora para a pronúncia. Neste caso, o rio no qual batizara o estado, era chamado entre os índios Ipurinã de Umákürü ou Uakiry, entretanto, os brasileiros acabaram adaptando tais palavras para a forma de Aquiri, que no dialeto dos Ipurinã significa "rio dos jacarés". Devido ao fato de ser o principal rio da região e o mais utilizado durante o Ciclo da Borracha, começou-se a chamar a região de Aquiri, e a partir de outro erro de interpretação ou uma adaptação feita, o nome Aquiri passou a ser Acre. 

Alagoas (AL)

Capital: Maceió
Gentílico: Alagoano (antigamente usava-se também alagoense)
Fronteiras: Pernambuco (N), Oceano Atlântico (L), Bahia (O) e Sergipe (S) 
Número de Municípios: 102
Região: Nordeste

Alagoas só surgiu como um governo próprio em 1817, quando fora criada a Capitania de Alagoas pelo rei D. João VI, até então o que hoje corresponde a Alagoas era o sul de Pernambuco, e desde o século XVI a região já era ocupada razoavelmente, ocupação esta que se ampliou no século seguinte devido aos canaviais plantados nestas terras, pois Pernambuco fora o principal produtor de açúcar durante a Colônia e no século XVII era o maior produtor açucareiro das Américas. No entanto, desde 1711, havia sido criado a Comarca de Alagoas, uma região administrativa subordinada a Capitania de Pernambuco. 


Localização de Alagoas

O nome Alagoas deriva da palavra homônima que também é sinônimo de lagoa, logo, antigamente não era estranho ouvir alagoa ao invés de lagoa, todavia, o nome do estado não provêm deste fato, mas sim de outras questões. Segundo o historiador Jayme de Altavila, autor de História da Civilização das Alagoas, o nome do estado surgiu a partir da antiga Vila de Alagoas (hoje Marechal Deodoro), criada em 1611 como Vila Madalena de Sumaúna, depois rebatizada como Vila Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul ou Vila Santa Maria Madalena da Alagoa do Sul. Posteriormente, a vila passou a ser conhecida apenas pelo nome de Vila de Alagoas do Sul, em diferença a Vila de Alagoas do Norte (hoje Santa Luzia do Norte), no entanto, 1817 com a criação da Capitania de Alagoas, a vila se tornou a capital da mesma, passando a conceder o nome para a capitania.


Bandeira de Alagoas

De acordo com o historiador Francisco Moreno Brandão, autor de O Centenário de Emancipação de Alagoas, publicado em 1918 e do historiador Álvaro Queiroz em seu livro, Episódio da História das Alagoas, ambos defendem a teoria de que o nome do estado adveio da grande quantidade de lagoas que existe na região, daí a região ter sido chamada de Alagoas, para se referir aquelas terras que possuíam muitas lagoas. Dentre as principais lagoas do estado se destacam: Mundaú, Mangabá, Jequiá, Tororó, Santiago, Jacobina, Porcos e Nova Lunga. 

Amapá (AP)

Capital: Macapá
Gentílico: Amapaense
Fronteiras: Suriname (N), Pará (O), Oceano Atlântico e Pará (L) e Pará (S)
Número de Municípios: 16
Região: Norte

O que hoje é a região do estado do Amapá um dos menores estados do Brasil, e com o maior número territorial em reservas indígenas, começou a ser colonizado pelos portugueses e os brasileiros a partir do século XVII, embora desde o século anterior, espanhóis, holandeses, ingleses e franceses visitaram a região. Fora a partir de entradas que partiram de Belém do Pará que os colonos começaram a desbravar as terras que ficaram conhecidas como "Guiana Brasileira" como forma de se diferenciar dos territórios da Guiana Inglesa (hoje República da Guiana), Guiana Francesa e da Guiana Holandesa (hoje Suriname). 


Localização do Amapá

O Amapá fora durante os séculos XVII e XVIII explorado para abastecer o mercado de escravos indígenas, o mercado de especiarias, como também procurou-se ouro e outras riquezas naturais na região, todavia, a região compreendia na época a Capitania do Grão-Pará, e depois a Província do Pará. Apenas em 1943 que o Amapá fora desmembrado do Pará passando a ser um território federal (não possuía um governo elegido pelos seus habitantes, mas possuía uma certa autonomia), entretanto nos séculos XVIII e XIX, vários problemas entre os franceses e o brasileiros ocorreram devido ao limite da fronteira norte do Pará com a fronteira sul da Guiana Francesa, pois segundo os franceses, o que hoje é o Amapá, na realidade era território da Guiana Francesa e não território inexplorado como o Brasil alegara na época. Assim, hora a política portuguesa e depois brasileira reconhecia aquelas terras como sendo pertencentes a França, e hora reconheciam elas como legalmente pertencentes ao Brasil devido a exploração e ocupação feita nesta área. Apenas 1988, o Território Federal do Amapá fora oficializado como estado do Amapá


Bandeira do Amapá

O nome Amapá também é de origem indígena entretanto não há um consenso sobre a exata origem da adoção de seu nome. Na Língua Tupi, Amapá significa literalmente "morada da chuva" ou "lugar da chuva", como forma de referir-se aos altos índices pluviométricos da região tropical amazônica. Uma outra opinião é que o nome tenha vindo do idioma Nheengatu, conhecido também como "língua geral da Amazônia", uma espécie de dialeto comum utilizado por várias tribos, assim como pelos missionários e colonos, neste caso Amapá significaria "terra que acaba" ou "ilha". Uma terceira hipótese diz que o nome Amapá tenha sido escolhido para fazer referência a árvore amapá (Hancornia amapa) árvore típica desta região que produz pequenos frutos roxos e do tronco se extrai uma seiva branca, conhecido como "leite de amapá" utilizado para se fazer medicamentos naturais. 

Amazonas (AM)

Capital: Manaus
Gentílico: Amazonense
Fronteiras: Roraima, Venezuela e Colômbia (N), Pará (L), Colômbia e Peru (O), Acre, Rondônia e Mato Grosso (S)
Número de municípios: 62

Região: Norte

O Amazonas é o maior estado do Brasil com 1.570.745,680 km², sendo maior do que muitos países como França, Espanha e Portugal (juntos), Alemanha, Mongólia, Peru, Equador e Colômbia (juntos), etc. No entanto, o Amazonas é o estado com o menor índice demográfico por metro quadrado, pois devido a sua vastidão e em grande parte ser coberto pela Floresta Amazônica, muitas de suas áreas não são povoadas. É o estado que possui a maior população indígena do país. 
Localização do Amazonas

O Amazonas começou a ser explorado pelos portugueses e os colonos brasileiros no século XVII a partir de entradas e por algumas bandeiras, ambas vindas do Pará e algumas partidas do Maranhão e do Piauí. No entanto, expedições espanholas já haviam percorrido a região desde o século XVI, tal fato é evidente acerca do batismo do nome do rio Amazonas, o qual fora batizado pelo capitão espanhol Francisco de Orellana (1490-1550) o qual em sua expedição ocorrida em 1541 alegara ter confrontado uma tribo de mulheres guerreiras, daí a associação do mito grego das Amazonas com aquelas indígenas. De tal forma Orellana batizou o grande rio pelo nome de Amazonas. 


Bandeira do Amazonas

Outras expedições espanholas e portuguesas percorreram de ponta a ponta o maior e mais volumoso rio do mundo, embora a tal tribo de mulheres guerreiras nunca mais fora avistada. De qualquer forma, a medida que tais terras eram exploradas pelos portugueses e os colonos brasileiros a região fora anexada à Província do Grão-Pará, depois rebatizada para Grão-Pará e Rio Negro. Em 1850, o imperador D. Pedro II decidira separar o "Rio Negro" do Grão-Pará, principalmente devido a problemas de ordem política ligados a revolta da Cabanagem  (1835-1840) e questões administrativas, devido a ampla vastidão desta província, assim o imperador criara a Província do Amazonas. A partir do final do século XIX dera se início ao Ciclo da Borracha (1872-1912), e durante este período a província, posteriormente estado, enriqueceu, embora já fosse explorado por causa da madeira, especiarias, minas de sal, e minas de ouro posteriormente. 

Bahia (BA)

Capital: Salvador
Gentílico: Baiano
Fronteiras: Pernambuco e Piauí (N), Sergipe, Alagoas e Oceano Atlântico (L), Tocantins e Goiás (O), Minas Gerais e Espírito Santo (S)
Número de Municípios: 417
Região: Nordeste

Em 22 de abril 1500 a armada portuguesa de Pedro Álvares Cabral avistou terra, e no horizonte erguia-se um monte que fora batizado de Monte Pascoal (hoje localizado no município de Itamaraju). A armada portuguesa atracou no dia 23 num porto natural, o qual fora batizado de Porto Seguro (hoje município de Porto Seguro), a "descoberta" do Brasil havia sido oficializada (pois desde 1494 através da bula Inter coetera, Portugal e Espanha haviam negociado os limites territórias acerca do Novo Mundo). Assim, o que viria a ser o Brasil se iniciou a partir do território baiano.


Localização da Bahia

Em 1534 com a criação do sistema das Capitanias Hereditárias pelo rei D. João III, a colonização do Brasil se iniciava de fato. Naquela época a Bahia era dividida em três capitanias: Capitania da Baía de Todos os Santos, Capitanias de Ilhéus e Capitania de Porto Seguro. Posteriormente outras capitanias menores foram criadas, mas em 1821 todas haviam sido extintas e anexadas a recém-criada Província da Bahia. Fora na Capitania da Baía de Todos os Santos que em 1549, Tomé de Sousa nomeado governador-geral do Brasil, fora incumbido de construir a primeira cidade da colônia que se tornaria a primeira capital do Brasil, Salvador. A Bahia durante a Colônia fora um importante centro açucareiro, embora ficasse atrás de Pernambuco e em algumas épocas até mesmo atrás da Paraíba e do Rio de Janeiro; fora o maior criador de gado bovino do Nordeste, também fora descoberto minas de ouro e de diamantes em seu território no século XIX, como também no final do século XIX e começo do XX se tornou o maior produtor de cacau do país, fato este que rendeu inspiração para vários romances de Jorge Amado


Bandeira da Bahia

A origem do nome Bahia advêm da Baía de Todos os Santos, a maior baía do Brasil e a segunda maior baía do mundo (a primeira é o Golfo de Bengala na Índia). Salvador se encontra de frente para a baía de Todos os Santos, na qual também se encontram em suas margens outras cidades. De qualquer forma, a palavra bahia era uma variante do português antigo para a palavra baía, embora que normalmente não se usa-se a variante bahia no nome da capitania, embora que em alguns documentos encontramos tal forma. Propriamente fora a partir de 1821, com a criação da província que adotou-se oficialmente a variante Bahia ao invés de Baía. 

Ceará (CE)

Capital: Fortaleza
Gentílico: Cearense
Fronteiras: Oceano Atlântico (N), Rio Grande do Norte e Paraíba (L), Piauí (O), Pernambuco (S)
Número de municípios: 184
Região: Nordeste

O Ceará fora uma das quinze capitanias originais criadas em 1534, embora que naquela época ocupa-se um território bem pequeno e muito diferente das atuais dimensões que hoje possui. De qualquer forma o Ceará até o século XVII era praticamente desabitado da colonização portuguesa, pois o governo da capitania entrou em decadência, mesmo assim, franceses e holandeses chegaram a visitar a região e até a ocuparam no caso dos holandeses durante este século. Fora a partir de entradas iniciadas no século XVII como as realizadas entre 1603 e 1607 por Pero Coelho de Sousa que a região começou a ser efetivamente explorada, assim como o Maranhão e o Piauí, no entanto, apenas anos depois com a vinda de gado de Pernambuco adentrando o sul do Ceará é que a capitania começou a ser ocupada de forma efetiva, até lá, pequenas fortalezas e  aldeias existiam na região, compartilhando o lugar com as centenas de aldeias indígenas naquelas terras.

Localização do Ceará

Em 1621 o rei Filipe II de Portugal (III de Espanha) criou o Estado do Maranhão, ou seja, ele dividiu a colônia do Brasil em duas partes: as capitanias do Norte (Maranhão, Ceará, Piauí e Pará) se tornaram a colônia do Estado do Maranhão, e o restante da antiga colônia mantivera-se como o Estado do Brasil. Nesta ocasião, o Ceará fora rebatizado como Capitania Real do Siará. Durante o Domínio holandês (1630-1654) o Ceará fora ocupado pelos holandeses, assim como o Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, permaneceram cerca de vinte anos sob o domínio dos holandeses. Em 1680, o Ceará se tornou subordinado a administração de Pernambuco, e só retomou sua autonomia administrativa em 1799

Bandeira do Ceará

O nome Ceará provêm do rio Ceará, que advêm da palavra indígena siará ou seará, porém ao longo da história vários historiadores, etnógrafos e linguistas tentaram encontrar o significado claro deste termo. No livro Corografia Brasílica de Ayres de Casal, o historiador sugeriu que a palavra siará provêm da Língua Tupi que significa "canto dos papagaios", algo que Teodoro Sampaio também chegou a concordar. Já José de Alencar (1829-1877) ilustre jornalista, crítico, escritor, advogado e político cearense, defendeu que a palavra siará significava "canto da jandaia", uma espécie de periquito. 

O historiador Antônio Bezerra defendeu que a palavra seará não fosse na verdade de origem indígena mas sim uma variação do nome Saara, pois as dunas de areias na costa cearense foram comparadas as dunas do deserto do Saara, embora que tal hipótese tenha pouco fundamento hoje. Bezerra também chegou a cogitar outras duas hipóteses: a primeira que o nome fora adotado a partir de uma suposta aldeia indígena chamada Siará; a segunda hipótese, é que siará significasse "caça aos papagaios". 

Para Paulino Nogueira, a palavra siará é de origem tupi, mas fora mal interpretada, pois para ele a palavra seria traduzida como "tempo de caça" (sôo=tempo, ará=caça). Cândido Mendes opinou que o nome proveria do rio Ciará-Mirim que significaria "pequeno caranguejo". De qualquer forma existem várias hipóteses de interpretação do nome Ceará, apresentei algumas das principais, embora que hoje aceitem mais a hipótese que Ceará signifique "canto dos papagaios". 

Distrito Federal (DF)

Capital: Brasília
Gentílico: Brasiliense
Fronteiras: Fica localizado dentro do estado de Goiás
Número de Municípios: Tecnicamente não possui municípios, mas sim regiões administrativas, totalizando 31
Região: Centro-Oeste

O Distrito Federal atual onde se encontra a capital do Brasil, Brasília fora inaugurado em 21 de abril de 1960, junto com a cidade de Brasília, antes disso o Distrito Federal ficava localizado na cidade do Rio de Janeiro, capital do Brasil desde 1763. A ideia de se construir uma capital nos sertões do Brasil não fora recente, desde o período colonial haviam planos para se construir uma nova capital, e tais planos ficaram em evidência durante o reinado do rei de Portugal, D. José I (1750-1777), onde o seu primeiro-ministro, o Marquês de Pombal, sugeriu a transferência da capital da colônia de Salvador para Minas Gerais, polo econômico da colônia no século XVIII, mas devido há problemas administrativos, problemas de infra-estrutura, abastecimento, segurança e a distância das minas do mar, principal via de comunicação com a Metrópole a proposta fora abandonada, e o Rio de Janeiro fora escolhido como nova capital. 


Localização do Distrito Federal

Durante o período republicano, cogitou-se retomar a antiga ideia de se construir uma capital nacional no interior do país. A região escolhida fora o estado de Goiás, no entanto, embora tenha sido demarcada a área, nenhum presidente da república até os anos 50 se ofereceu a realizar a missão de construir Brasília. Até que em 1956, quando o presidente eleito, Juscelino Kubitschek havia prometido em sua campanha que durante seu mandato de cinco anos construiria a nova capital do Brasil e assim fora feito, a base de muito esforço, suor e sacrifícios dos candangos (nome dado aos trabalhadores que construíram Brasília, os quais na maioria eram nordestinos). Brasília fora planejada a partir do Projeto do Plano Piloto do arquiteto e urbanista Lúcio Costa, contando com o apoio do arquiteto Oscar Niemeyer, o qual fora encarregado de projetar os principais edifícios da cidade como também alguns monumentos. 
Bandeira do Distrito Federal

Não irei falar aqui sobre o nome Distrito Federal, pois essa é uma denominação utilizada em alguns países para se referir a área que ocupa a capital federal. Entretanto, falarei acerca da cidade de Brasília. A primeira vez que se tem notícia do nome Brasília advêm de um folheto anônimo publicado na Assembleia Constituinte em 1822 onde um deputado havia sugerido o nome de Brasília para a nova capital do Brasil, pois durante o Império do Brasil (1822-1889) cogitou-se criar uma nova capital no interior do país como havia sugerido o Marquês de Pombal anos antes. Em 1823, José Bonifácio lendo um dos pareceres na reunião de 7 de junho, voltou a tocar no assunto de se construir uma capital, neste caso, Bonifácio sugerira o nome Brasília. O nome Brasília advêm do português e significa "aquele nascido em terras brasileiras". 

Espírito Santo (ES)

Capital: Vitória
Gentílico: Capixaba (mais usado) ou espírito-santense
Fronteiras: Bahia (N), Oceano Atlântico (L), Minas Gerais (O) e Rio de Janeiro (S)
Número de municípios: 78
Região: Sudeste

O estado do Espírito Santo é o segundo menor estado da região Sudeste, ficando atrás do estado do Rio de Janeiro que é um pouco menor. Mas, dos atuais estados do Sudeste, Espírito Santo fora o primeiro a ser constituído como uma Capitania com o mesmo nome que carrega até hoje. A Capitania do Espírito Santo chegou a possuir plantações de cana de açúcar e outras culturas, no entanto, em dados momentos a escassez de alimentos fora um problema para seus habitantes, devido a má gestão de seus governantes. A capitania também chegou a ser alvo de ataques de franceses, ingleses e holandeses; e durante a época do Ciclo do Ouro em Minas Gerais, Espírito Santo abasteceu a região mineradora com alguns produtos.


Localização do Espírito Santo

Durante o século XVII antes da descoberta das minas de ouro em Minas Gerais, várias entradas e bandeiras exploraram os sertões do Espírito Santo por quase um século, atrás de ouro, prata e esmeraldas, pois acreditava-se que naquela capitania se encontra-se a lendária Serra das Esmeraldas, chamada pelos indígenas de Sabarabuçu. Além disso, deve-se levar em consideração que algumas terras que eram creditadas a Capitania de Espírito Santo naquela época, na realidade hoje fariam parte do atual território de Minas Gerais.


Bandeira do Espírito Santo

A história do nome do estado não é cercada de dúvidas ou mistérios é até bem simples. Em 1534 na criação das Capitanias Hereditárias, o rei D. João III concedeu a Vasco Fernandes Coutinho (1490-1561), um fidalgo português que tinha prestado bons serviços a Coroa nas Índias, fora agraciado com aquelas terras. Em 23 de maio de 1535 ele aportou nas terras de sua capitania, e como era Domingo do Espírito Santo, ele batizou a capitania em homenagem ao mesmo. Além disso, ele também fundara no mesmo dia a Vila do Espírito Santo (hoje Vila Velha). Em 1551, devido a problemas de segurança causado pelo ataque de tribos indígenas, de piratas franceses e holandeses, a capital fora transferida para a ilha de Santo Antônio na Baía de Vitória, e a nova capital fora batizada de Vila Nova do Espírito Santo (atual Vitória). 

Goiás (GO)

Capital: Goiana
Gentílico: Goiano
Fronteiras: Tocantins (N), Minas Gerais e Bahia (L), Mato Grosso (O), Minas Gerais e Mato Grosso do Sul (S), Distrito Federal  
Número de municípios: 246
Região: Centro-Oeste

Goiás só surgiria como Capitania no século XVIII propriamente, até lá era uma região pouco explorada do continente, pois pelo Tratado de Tordesilhas (1494) assinado entre Espanha e Portugal, o território goiano estava fora dos domínios portugueses, todavia, isso não impediu que entradas, missões religiosas e bandeiras explorassem a região conhecida como "velho oeste brasileiro". A importância histórica daquelas terras ficara maior na segunda metade do século XVII, onde bandeirantes percorriam aquelas terras desconhecidas atrás de ouro, prata, diamantes e esmeraldas. Uma das mais famosas bandeiras desta época fora a liderada por Manuel de Campos Bicudo, seu filho Antônio Pires de Campos, onde os dois seguiram acompanhados dos dois "Anhangueras" (Bartolomeu Bueno da Silva, Pai e Filho). A bandeira partira em 1673 de São Paulo e nos anos seguintes Anhanguera voltaria a visitar a região e no século XVIII seria a vez de seu filho, Anhanguera II. 


Localização de Goiás

A ocupação de Goiás só começou de forma efetiva no século XVIII, a partir do aumento do número de bandeiras que passaram a explorar a região atrás de novas minas de ouro, pois já haviam sido descobertas minas em Minas Gerais, algumas destas bandeiras foram organizadas e lideradas pelo Anhanguera II o qual com seu companheiros em 1726 fundou o povoado de Arraial da Barra, posteriormente rebatizado de Santana, e anos depois em 1739 fora elevado a categoria de vila, passando a se chamar Vila Boa de Goiás (hoje Cidade de Goiás ou Goiás Velho), que viria a ser a capital da Capitania Geral de Goiás fundada em 1744, pois até então, as terras goianas faziam parte da Capitania de São Paulo. A ocupação de Goiás ainda permaneceria lenta até o século XX, pois em grande parte a capitania fora sendo povoada pelos colonos a partir da pecuária extensiva e da mineração, pois minas de ouro foram encontradas em Goiás, o que levou a vinda de gente atrás destas riquezas.


Bandeira de Goiás

O nome Goiás provêm de Goyaz, nome de uma tribo indígena da região que teria vivido nas proximidades do rio Vermelho. O nome Goyaz significa em tupi "indivíduo igual". Logo, a partir deste povo os bandeirantes na época passaram a chamar a região de Goiás. E o nome se oficializou com a Vila Boa de Goiás e depois a criação da Capitania Geral de Goiás. 

Maranhão (MA)

Capital: São Luís
Gentílico: Maranhense
Fronteiras: Oceano Atlântico (N), Piauí (L), Pará (O) e Tocantis (S)
Número de municípios: 217
Região: Nordeste

O Maranhão fora uma das quinze Capitanias Hereditárias criadas em 1534, no entanto, ele e a Capitania de São Vicente possuíam algo peculiar e em comum, ambas as capitanias foram no início divididas em duas partes. A primeira porção da capitania maranhense correspondia ao que hoje é uma parte do nordeste do Pará e o norte do atual Maranhão. A segunda porção corresponderia ao nordeste do atual Maranhão e parte do noroeste do atual Piauí. O capitão donatário da primeira porção fora o historiador, gramático e linguista português João de Barros (1496-1570) que governou brevemente em parceria com Aires da Cunha. No ano de 1536, acabou falecendo. A segunda porção fora inicialmente governada por Fernando Álvares de Andrade

Localização do Maranhão

A colonização do Maranhão não fora algo fácil, pois a distância de Salvador, então capital da colônia a partir de 1549, e as dificuldades de se navegar de Salvador para a região devido aos ventos contrários, o que permitia apenas em poucas épocas do ano realizasse navegações com bons ventos, dificultou o desenvolvimento do Maranhão por várias décadas, e até certo ponto a região quase fora abandonada por seus colonos, devido a falta de apoio do Governo-Geral e a ameaça dos indígenas e dos franceses que vendo a fragilidade da ocupação portuguesa aproveitaram para se estabelecerem na região onde na ilha de São Luís fundaram a colônia da França Equinocial (1612-1615), em 1615 os bandeirantes com o apoio do Estado derrotaram os franceses e os expulsaram da ilha, no entanto, a ilha conservou seu nome até hoje. Em 1621 o rei de Espanha e Portugal, Filipe III para prever novas invasões dos franceses, holandeses e ingleses ao norte do Brasil, criou o Estado do Maranhão (1621-1751) o qual atuou com uma administração própria e a parte do restante da colônia, chamado de Estado do Brasil. Ao longo de sua existência o Estado do Maranhão fora rebatizado algumas vezes e dividido geograficamente. Sua efetiva ocupação começou no século XVII a partir das  entradas e bandeiras que foram abrindo caminho pelo Ceará, Piauí, seguindo em direção ao Pará. 


Bandeira do Maranhão

A proposta mais aceita para a origem e significado do nome Maranhão, vem da língua tupi onde maranhão (m'bara + nhan) significa "mar que corre", onde acredita-se que tal nome era dado ao rio Amazonas pelos nativos. Além disso, a palavra maranhão pode também ter vindo de paranhan que significa "rio que corre". Quando os capitãs-mor chegaram na região tendo ouvido falar deste nome, batizaram aquela terra de Maranhão, pois a foz do rio Amazonas desaguá entre território maranhense e paranaense. 

Mato Grosso (MO)

Capital: Cuiabá 
Gentílico: Mato-grossense
Fronteiras: Amazonas e Pará (N), Goiás e Tocantins (L), Rondônia e Bolívia (O), Mato Grosso do Sul (S)
Número de municípios: 141
Região: Centro-Oeste

O estado do Mato Grosso é o maior estado da região Centro-Oeste e o terceiro maior estado do Brasil. Assim como Goiás, o Mato Grosso se encontrava fora dos limites do Tratado de Tordesilhas, mas isso não impediu que entradas e bandeiras visitassem a região. Os primeiros a visitar a região foram os espanhóis vindos do Peru e do Paraguai, pois apenas no século XVII é que algumas bandeiras chegaram a região, entretanto fora a partir do século XVIII que as bandeiras se intensificaram para explorar a região atrás de ouro, algo que fora encontrado na região de Cuiabá e adjacências. A partir da descoberta de ouro, povoados e vilas começaram a serem fundadas para ocuparem esta região que na época fazia parte da Capitania de São Paulo. 


Localização do Mato Grosso

Em 1719 próximo ao rio Cuiabá onde descobriu-se veios de ouro fora criado o Arraial de Cuiabá pelo bandeirante Pascoal Moreira Cabral. Em 1726 se tornou a Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá que se tornou capital da região. Apenas em 1748 fora criada a Capitania de Cuiabá, posteriormente rebatizada para Capitania do Mato Grosso. Com o esgotamento das minas a região quase que ficou abandonada pelas décadas seguintes, sobrevivendo da pecuária e da agricultura. 

Bandeira do Mato Grosso

O nome Mato Grosso surgiu a partir dos irmãos Fernando e Artur Paes de Barros os quais procuravam índios da tribo Pareci para caçar, descobriram um veio aurífero que batizaram de Mato Grosso em 1734, nas fraldas da serra no Vale do Guaporé próximo aos rios Galera e Guaporé.  A menção das Minas do Mato Grosso apareceu pela primeira vez em 1754 nos anais do escrivão Francisco Caetano Borges, escrivão da Câmara da Vila Bela da Santíssima Trindade que comentara a descoberta dos irmãos Paes de Barro vinte anos antes. Todavia, a explicação para a escolha do nome Mato Grosso não é totalmente clara, mas a melhor explicação aceita provêm de 1780 dada por José Gonçalves da Fonseca, publicada no século seguinte na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, onde o mesmo dissera:

"[...] se determinaram atravessar a cordilheira das Gerais de oriente para poente; e como estas montanhas são escalvadas, logo que baixaram a planície da parte oposta aos campos dos Parecis (que só tem algumas ilhas de arbustos agrestes), toparam com matos virgens de arvoredo muito elevado e corpulento, que entrando a penetrá-lo, o foram apelidando Mato Grosso; e este é o nome que ainda hoje conserva todo aquele distrito. Caminharam sempre ao poente, e depois de vencerem sete léguas de espessura, toparam com o agregado de serras [...]"

Mato Grosso do Sul (MS)

Capital: Campo Grande
Gentílico: Sul-mato-grossense, mato-grossense-do-sul e mais raramente guaicuru
Fronteiras: Mato Grosso (N), Goiás (NE), Minas Gerais (L), Bolívia e Paraguai (O), Paraná e São Paulo (SE), Paraguai (S)
Número de municípios: 79
Região: Centro-Oeste

O Mato Grosso do Sul é um dos estados mais recentes do Brasil vindo a ser criado no século XX. No século XVI parte da região pertencia aos espanhóis do Paraguai, mas os bandeirantes invadiram a região atrás de índios e na tentativa de chegar as minas de prata no Peru, e passaram a explora-la. Entretanto, fora apenas no século XVIII que a região na época o sul do Mato Grosso começou a ser lentamente ocupada, pois diferente da parte central e norte onde houvera a descoberta de minas, o sul ficou praticamente restrito a uma fraca colonização ligada a poucos pastos e plantações. No século XIX, os habitantes do sul da capitania já tinham planos para se separar do restante da capitania, no intuito de forçar o governo a dar maior atenção para a região. 

Localização do Mato Grosso do Sul

Durante o século XX, movimentos separatistas tentaram promover a separação da região sul. Em 1932 fora criado o breve "Estado de Maracaju", mas depois da derrota dos constitucionalistas em São Paulo (os mesmos promoveram uma revolta a fim de cobrar de Vargas a criação de uma nova constituição e eleições presidenciais diretas, pois Vargas era presidente interino desde 1930), o "Estado" fora desfeito. Durante o Estado Novo (1937-1945), o presidente Getúlio Vargas dividiu alguns estados do país, para melhorar a gestão destes, criando os chamados "territórios federais", e no caso do sul do Mato Grosso, fora criado em 13 de setembro de 1943 o Território Federal de Ponta Porã, entretanto, o território existiu brevemente, pois com a saída de Vargas da presidência em 1945, foram convocadas eleições presidenciais, e o general Eurico Gaspar Dutra fora eleito. Em seu primeiro ano de governo em 1946, ele dissolveu o Território de Ponta Porã, o reintegrando ao Mato Grosso. Em 1977 durante a Ditadura Militar (1964-1985), o presidente Ernesto Geisel assinou naquele ano um decreto que legalizava a criação do estado do Mato Grosso do Sul, entretanto, a oficialização só veio em 1 de janeiro de 1979.  

Bandeira do Mato Grosso do Sul

O nome do estado não possui algo excepcional, na verdade possui o mesmo sentido do estado do Mato Grosso, com a diferença do emprego da palavra sul, para designar sua posição geográfica. Entretanto, existem hipóteses que o nome Mato Grosso seja de origem indígenas, mas não existem conclusões acerca disto. 

Minas Gerais (MG)

Capital: Belo Horizonte
Gentílico: Mineiro (antigamente era usado o termo geralista)
Fronteiras: Bahia (N), Espírito Santo e Rio de Janeiro (L), Goiás e Mato Grosso do Sul (O), São Paulo (S)
Número de municípios: 853
Região: Sudeste

No século XVIII Minas Gerais fora a capitania mais rica do Brasil, riqueza essa vinda da exploração das minas de ouro, diamante e esmeralda da região, entretanto, embora algumas vilas tenham prosperado rapidamente, outras com o esgotamento das minas, foram abandonadas. Além disso, grande parte da riqueza produzida em Minas Gerais fora levada para Portugal, e apenas uma parte ficou na região ou migrou para outras capitanias. Durante o século XVIII, Minas Gerais fora o centro econômico do Brasil, e o Ciclo do Ouro iniciado em 1695 e findado por volta de 1780, movimentou gente de todos os cantos da colônia da Metrópole e até de outras nações. 


Localização de Minas Gerais

Minas Gerais no século XVI era os sertões das capitanias do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, terras ainda praticamente inexploradas. Fora no final do século XVI que entradas e bandeiras começaram a se intensificar pela região em busca de ouro, prata, esmeraldas e índios para serem escravizados. Além disso, havia o fato que ainda no século XVI em São Paulo na época ainda chamada de Capitania de São Vicente, foram encontradas as primeiras jazidas de ouro que se tem notícia. Com a descoberta destas pequenas jazidas aluviais, isso incentivou os bandeirantes a se aventurar cada vez mais pelos sertões atrás de novas jazidas e minas. Mas fora apenas no final do século XVII que minas de ouro foram descobertas na região e em 1695 já se iniciava a corrida do ouro. 

Em 1698, Artur de Sá Meneses governador do Rio de Janeiro havia enviado uma nova carta ao rei, dizendo que novas minas de ouro haviam sido descobertas nos sertões próximos de sua capitania. Os primeiros anos do século XVIII foram marcados por problemas na região mineradora devido ao confronto entre os paulistas e os demais colonos, reinóis (termo dado aos portugueses) e estrangeiros pela posse das minas, no que acarretou na Guerra dos Emboabas (1707-1709), pois os paulistas chamavam os demais de emboabas. Além disso, a região não possuía uma administração ou um governo, era marcada pela violência e a desordem, e para contornar tal problema em 1709 fora criada a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, entretanto, embora tenha sido implantada uma administração na região, alguns problemas ainda continuaram e em 1720, o rei D. João V, separou Minas de Ouro de São Paulo, criando a Capitania de Minas Gerais. Em 1789, Minas fora palco da Inconfidência Mineira, movimento rebelde que planejou proclamar a independência da capitania devido as cobranças abusivas feitas pelo Estado português. 


Bandeira de Minas Gerais

A origem do nome do estado advêm do fato da grande quantidade de minas de ouro e de outros minerais como ferro, prata, bauxita, manganês, estanho, níquel, etc., como também minas de esmeraldas e de diamantes; além de minas de calcário, amianto, quartzo, etc. Devido a tal variedade de minas, a região fora chamada de Minas Gerais (originalmente grafada como Minas Geraes). Entretanto, o nome só se tornou oficial a partir de 1720, quando fora criada a Capitania de Minas Gerais. 

Pará (PA)

Capital: Belém
Gentílico: Paranaense
Fronteiras: Amapá, Suriname, Guiana Francesa e Guiana (N), Maranhão e Tocantins (L), Amazonas e Roraima (O), Mato Grosso (S)
Número e municípios: 144
Região: Norte

O estado do Pará é o segundo maior estado do Brasil, sendo o mais populoso e próspero da Região Norte. O Pará antes de começar a ser explorado pelos portugueses, já havia recebido visita de espanhóis, ingleses, franceses e holandeses. Em 1615, enquanto os colonos e portugueses terminavam de derrotar os franceses da França Equinocial, eles souberam da visita de holandeses e ingleses mais para o oeste da Capitania do Maranhão, pois o limite ocidental do Maranhão adentrava o que hoje são terras paranaenses, para evitar que tais povos voltassem a explorar as suas terras, a Espanha (pois nesta época era o período da União Ibérica, onde Portugal e suas colônias estavam sob domínio dos espanhóis) ordenou que uma entrada fosse enviada para o oeste do Maranhão a fim de fundar um forte e uma vila. Francisco Caldeira de Castelo Branco liderou a entrada e em 12 de janeiro de 1616 fora fundada as bases da Vila do Belém do Pará e iniciou-se a construção do Forte do Castelo do Senhor Santo Cristo do Presépio de Belém (mas conhecido como Forte do Presépio).


Localização do Pará

A partir da Vila de Belém novas entradas partiriam para desbravar a Floresta Amazônica. Em poucas décadas a região começou a prosperar através da agricultura, pecuária, pesca e o comércio de índios, de madeira e de especiarias (chamadas antigamente de drogas do sertão). Em 1751 o então Estado do Maranhão fora rebatizado para Estado do Grão-Pará e Maranhão, e a capital fora transferida de São Luís para Belém, pois Belém se mostrou uma região mais próspera que a antiga capital do Estado. Em 1755, o Maranhão se separou do Grão-Pará, e fora criada uma nova capitania, a Capitania de São José do Rio Negro que compreendia o que hoje é o Amazonas e Roraima, tal capitania fora anexada ao Grão-Pará, passando a se chamarem de Capitania do Grão-Pará e Rio Negro. A união das duas capitanias permaneceu até 1850, quando foram separadas pelo imperador D. Pedro II.

Bandeira do Pará

Com a separação do Grão-Pará do Rio Negro que veio a se tornar o Amazonas, a província posteriormente seria rebatizada apenas com o nome de Pará. O nome Pará vem do tupi pará ou m'bara que significa mar, mas também pode significar rio, pois devido a falta de um número maior de palavras na Língua Tupi, era comum os indígenas falantes desta língua usarem a mesma palavra como sinônimos para nomear elementos em comum. O nome Pará fora adotado a partir do rio Pará

Paraíba (PB)

Capital: João Pessoa
Gentílico: Paraibano
Fronteiras: Rio Grande do Norte (N), Oceano Atlântico (L), Ceará (O), Pernambuco (S)
Número de municípios: 223
Região: Nordeste

Originalmente o atual território da Paraíba compreendia o sul da Capitania do Rio Grande e o norte da Capitania de Itamaracá, mas fora a partir de Itamaracá que surgiu a questão de se fundar uma nova capitania. Em 1574, a Capitania de Itamaracá estava visivelmente falida, seus capitãs-mores não conseguiram ter êxito em se explorar e desenvolver a capitania, além disso a constante ameaça de povos indígenas da região e de piratas franceses que iam contrabandear pau-brasil, levaram a capitania não prosperar ao ponto que o capitão-donatário de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira escreveu uma carta ao rei queixando-se da falta de dedicação e governo por parte do capitão-donatário de Itamaracá, e no ano de 1574 o ocorrera o Massacre de Tracunhaém, onde o Engenho de Tracunhaém, o qual ficava próximo da Vila de Goiana (hoje em Pernambuco) fora atacado pelos potiguaras e destruído, tendo sua população sido massacrada, isso levou o Duarte Coelho Pereira a intervir por Itamaracá, solicitando apoio do rei D. Sebastião I para resolver-se aquele problema. 


Localização da Paraíba

O rei ordenou a criação de uma nova capitania no lugar de Itamaracá, tendo como sede uma cidade que seria construída as margens do rio Paraíba. De 1574 ao 1585 foram enviadas cinco expedições para se fundar a Capitania da Paraíba, a qual veio a ser fundada em 5 de agosto de 1585 pelo ouvidor-mor e juiz de órfãos de Olinda, Martim Leitão com o apoio do chefe Piragibe dos Tabajaras, as margens do rio Sanhauá, um dos braços do rio Paraíba. No mesmo dia fora lançada as bases da terceira cidade mais antiga do Brasil, na época a cidade de Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa. Antes da conquista holandesa da Paraíba em 1634, a Paraíba chegou a ser a segunda maior produtora de açúcar do Brasil, ficando atrás de Pernambuco, mas tendo passado a frente de Sergipe, Bahia e Rio de Janeiro. Além disso, no século XIX, a Paraíba se tornara a maior produtora de algodão do país. 


Bandeira da Paraíba

O nome Paraíba provêm do rio Paraíba, também chamado rio Paraíba do Norte, para se diferenciar do rio Paraíba do Sul e do rio Paraíba do Meio (tive a oportunidade de conhecer alguns trechos destes três rios há alguns anos, em algumas de minhas viagens de carro com meu pai e um dos meus irmãos). O nome Paraíba vem do tupi que significa literalmente (para = mar ou rio + i = água + abá = ruim) "rio da água ruim" ou "mar da água ruim", mas também pode ser traduzido como "rio de águas perigosas", pois os indígenas batizaram o rio com tal nome devido ao fato que em alguns trechos do rio, onde há correnteza e a existência de pedras, dificultava a navegação por aquelas áreas. 

No entanto, no século XVII, o holandês Elias Herckmans, o qual fora governador da Paraíba entre 1636-1639, alegara que o nome Paraíba significava "grande enseada", em referência ao estuário do rio Paraíba. O professor Guilherme Lins do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, também defende o conceito de "grande enseada" para o significado do rio, pois a palavra paraíba seria semanticamente parecida com a palavra paranaguá, a qual significa "grande enseada". 

Paraná (PR)

Capital: Curitiba
Gentílico: Paranaense
Fronteiras: São Paulo (N), Oceano Atlântico (L), Mato Grosso do Sul, Argentina e Paraguai (O), Santa Catarina (S)
Número de municípios: 399
Região: Sudeste

Originalmente o atual território do Paraná fora colonizado pelos espanhóis vindos da Província do Paraguai ainda no século XVI, onde tinham como meta abrir caminho até o oceano. No meio do caminho algumas vilas e cidades foram erguidas próximas a rios, e posteriormente os jesuítas criaram missões para catequizar os indígenas. A região passou a ser chamada de Província do Guairá, a qual perdurou de forma independente até o ano de 1617, quando a região fora anexada ao Paraguai. Entretanto, fora no século XVII que bandeiras vindas da Vila de São Paulo, começaram a adentrar a região atrás de capturar índios para a escravidão, entretanto, alguns bandeirantes viram a oportunidade de saquearem as missões, vilas e cidades do Guairá, e nos anos seguintes, várias bandeiras adentraram o Guairá, parte do Paraguai, Argentina e seguiram em direção ao sul até o Uruguai, destruindo missões, aprisionando indígenas e combatendo os jesuítas e os colonos espanhóis da região. 


Localização do Paraná

A bandeiras seguiram-se por cerca de vinte a vinte cinco anos, arrasando as regiões do sul; os indígenas foram massacrados ou aprisionados, e alguns levados para a Capitania de São Vicente, ou permaneceram naquelas terras para ali servirem; outros acabaram optando por fugir, seguindo para o Paraguai e a Argentina. Os espanhóis foram expulsos de grande parte do Guairá. Em 1648 fora criada a Vila do Paranaguá e em 1693 fora criada a Vila de Curitiba. A colonização se dera principalmente por início dos paulistas que foram criando lavouras e pastos na região, mas com a descoberta de ouro em Minas Gerais, a colonização do Paraná e do restante do sul, ficara quase um século estagnada. Tal fato é evidente, pois até o início do século XX, grande parte da região ainda era desocupada pelos colonos, de fato durante a segunda metade do século XIX, o governo imperial incentivou a vinda de alemãs e italianos para ajudar a colonizar as regiões do sul do império, lhes oferecendo lotes de terra a baixíssimo preços, além de outras promessas.  


Bandeira do Paraná

A região do Paraná ficaria subordinada a São Paulo até o século XIX, quando em 1850 fora oficializado a criação da Província do Paraná, sendo sua região desmembrada da Província de São Paulo. Entretanto desde o começo do século  XIX havia propostas de se criar uma nova província, pois o governo paulista não estava gerindo de forma adequada aquelas terras. O nome Paraná advêm do rio Paraná, por sua vez paraná ou paranã (pará + ou ) vem da língua tupi que significa "semelhante ao mar" ou "o que se parece com o mar". Entretanto, alguns sugerem que a palavra signifique "rio caudaloso" ou "mar caudaloso", daí a ser comparado ao mar ou se parecer com o mar, devido a largura do rio. 

Pernambuco (PE)

Capital: Recife
Gentílico: Pernambucano
Fronteiras: Paraíba e Ceará (N), Oceano Atlântico (L), Piauí (O), Alagoas e Bahia (S)
Número de municípios: 185
Região: Nordeste

Pernambuco fora uma das quinze capitanias originais, seu primeiro capitão-donatário fora Duarte Coelho o qual inicialmente chamara a capitania de Capitania da Nova Lusitânia, em referência a se dizer que seria uma "Nova Portugal", pois Lusitânia também é uma referência a Portugal, devido aos Lusitanos, antigo povo que habitara a região portuguesa. 

Na região já existiam dois povoados criados por Duarte Coelho um ano antes em 1534, em expedições que fizera a região; eram os povoados de Igarassu e Olinda, onde posteriormente se tornaram vilas a partir de 1537, onde Olinda fora escolhida para ser a capital de Pernambuco, devido a sua localização estratégica sobre o morro, permitindo uma melhor visualização do mar e vantagem bélica em caso de guerra. No mesmo ano, Duarte Coelho também criara a Vila do Recife

Localização de Pernambuco

Quando os holandeses em 1630 invadiram a capitania, tomando Olinda e Recife, Pernambuco representava a maior economia da colônia devido a produção açucareira. Metade dos engenhos que havia na colônia se encontravam em Pernambuco, e um dos motivos para isso, era a proximidade geográfica da capitania com Portugal, e sua boa gerência por parte de seus governantes. Quando os holandeses ocuparam a região por vinte e quatro anos, a Bahia e o Rio de Janeiro supriram a necessidade açucareira de Portugal, pois, os holandeses passaram a controlar a produção açucareira de Pernambuco, Sergipe, Paraíba e Rio Grande, além disso, Pernambuco fora a sede da Nova Holanda no Brasil, onde durante o governo de João Maurício de Nassau-Siegen (1637-1644), o mesmo empreendera importantes reformas administrativas e urbanas na Vila de Recife e na cidade por ele criada chamada de Mauriceia, que hoje faz parte da atual cidade de Recife. 


Bandeira de Pernambuco

Após a expulsão dos holandeses, em poucos anos Pernambuco recuperou-se economicamente, devido a grande leva de comerciantes portugueses que se estabeleceram em suas terras. Isso a  fez a voltar a se tornar um dos polos econômicos da colônia, ao ponto de passar anexar Sergipe ao seu território e administrar as capitanias da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará no século XVIII. Além disso, Pernambuco fora palco de importantes movimentos rebeldes no século XIX, com caráter separatista, como a Revolução Pernambucana (1817), a Confederação do Equador (1824) e a Revolta Praeira (1848-1850). 

O nome Pernambuco é de origem indígena e fora adotado posteriormente pelo capitão-donatário Duarte Coelho, quanto ao significado do nome existem diferentes hipóteses para seu significado: segundo consta pernambuco provêm da junção de três palavras da língua tupi, para++puka, que significaria "buraco no mar", "furo no mar", "entrada no mar" ou "onde o mar se arrebenta".

Partindo desta possível interpretação da palavra paranãpuka, algumas hipóteses sugerem que: Os indígenas se refeririam por esse nome ao encontro dos rios Capibaribe e Beberibe, quando vão desaguar no mar. Outra linha de interpretação seria que que o tal paranãpuka referiria-se ao Canal de Santa Cruz, que separa a Ilha de Itamaracá do continente. 

Outra possibilidade, é que a expressão pudesse ser utilizada para se referir não a um lugar geográfico, mas sim a algo que pareceu estranho aos índios, neste caso, alguns estudiosos sugerem que o termo fosse aplicado para referir-se aos navios dos portugueses que "furavam o mar". 

Outra hipótese diz que o sentido de "buraco no mar" e "onde o mar se arrebenta", fosse uma referência aos recifes de corais que existem em parte da costa, onde as ondas são "quebradas". 

Todavia, outros linguistas salientam que o nome original seria paranãpuku, e não paranãpuka, neste caso, a palavra puku, significaria "comprido", logo a interpretação seria para "mar comprido" ou "rio comprido". Entretanto, não se sabe ao certo qual dos rios que percorrem a região seria chamado de tal forma, pois, hoje não existe nenhum rio chamado de Pernambuco. E ainda existe uma hipótese hoje em descrédito, que sugere que pernambuco fosse um nome dado ao pau-brasil, neste caso, tal palavra não seria de origem tupi, mas de outra língua. 

Piauí (PI)

Capital: Teresina
Gentílico: Piauiense
Fronteiras: Oceano Atlântico (N), Ceará e Pernambuco (L), Maranhão (O), Bahia (S), Tocantins (SO)
Número de municípios: 224
Região: Nordeste

Originalmente o norte do atual estado do Piauí pertencia ao território a Capitania do Maranhão, e o seu sul, pertencia também em parte ao Maranhão e aos sertões a Capitania do Rio Grande. Por muito tempo a parte sul do Piauí fora desprovida de colonização, onde tais áreas ainda eram ocupadas pelos indígenas. Fora no século XVII, quando bandeiras e entradas se tornaram mais frequentes entre o Ceará e o Maranhão que o norte do Piauí começou a ser mais percorrido e habitado pela colonização, todavia o sul só seria efetivamente colonizado a partir do século XVIII, quando os bandeirantes Domingos Afonso Mafrense, conhecido pela alcunha de "Sertão" e Domingo Jorge Velho, realizaram a exploração do sul do Piauí, exterminando e aprisionando indígenas, como também criando fazendas de gado, onde pecuaristas vindos de Pernambuco e da Bahia foram ali se estabelecer depois que os dois Domingos e suas bandeiras "limparam" a região da ameaça indígenas como fora visto na época. Além disso, entradas e missões jesuíticas também percorreram a região, daí os historiadores dizerem que o Piauí fora colonizado "debaixo para cima", pois a fixação começou propriamente no sul e partira para o norte. 


Localização do Piauí

O Piauí se tornou um grande criador de gado bovino, como também produtor de algodão. Em 1811 se tornou uma capitania independente do Ceará, tornando-se a Capitania do Piauí, todavia quando a Independência do Brasil em 1822, a Província do Piauí como era chamado na época, recusou-se (nem todos os piauienses eram a favor da ideia) a deixar de pertencer ao governo português para se tornar parte do recente Império do Brasil. Além do Piauí, outras províncias como o Grão-Pará, Maranhão, Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, etc., haviam anteriormente tentado a emancipação e voltariam a tentar novamente. De fato, D. Pedro I ordenou batalhas para se recuperar tais províncias rebeldes e em  13 de março de 1823, na Batalha de Jenipapo no Piauí, os portugueses foram derrotados, e a província passou a fazer parte legalmente do Brasil. 

Bandeira do Piauí

O nome Piauí é de origem indígena, e provêm do nome do rio Piauí, vindo da língua tupi (pi'wa = peixe + i = água) que significa "água das piabas" ou "rio das piabas", pois piaba é um termo genérico para se referir a várias espécies de peixes, comumente encontradas em alguns rios brasileiros. 

Rio de Janeiro (RJ)

Capital: Rio de Janeiro
Gentílico: Fluminense
Fronteiras: Espírito Santo (N), Oceano Atlântico (L), Minas Gerais (O), São Paulo (S)
Número de municípios: 92
Região: Sudeste

Originalmente o território do Rio de Janeiro estava dividido entre as Capitanias de São Tomé e São Vicente. A região passou vários anos desde a criação das capitanias hereditárias sem ser colonizada, e isso permitiu que os franceses entre 1555 a 1567 se estabelecessem de forma ilegal na baía de Guanabara, onde conseguiram ganhar a amizade dos Tamoios e assim poderem contrabandear pau-brasil. Os franceses chegaram a fundar uma colônia, chamada de França Antártica (1555-1560) na atual Ilha do Governador. Quando o governador-geral do Brasil na época Mem de Sá soube da existência da colônia francesa na baía de Guanabara, ordenou uma expedição para destruí-la. Ao todo foram enviadas três expedições, pois embora os franceses tenham perdido a colônia na ilha, se refugiaram nas florestas e ali persistiram pelos anos seguintes. Em 1 de março de 1565, Estácio de Sá, sobrinho do governador-geral, fora ordenado a fundar uma cidade na região e criar uma capitania, assim nascia a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e a Capitania Real do Rio de Janeiro, posteriormente em 1567 rebatizada para Capitania do Rio de Janeiro. Os franceses foram expulsos definitivamente em 1567, vindo Estácio de Sá a morrer na batalha.

Localização do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro no século XVII se tornou o maior produtor açucareiro do sul da colônia ultrapassando a produção da Capitania de São Vicente. Além disso, ele também contava com a criação de gado, pesca de baleias, produção de tabaco, produção de aguardente, comércio de mercadorias vindas da Bahia, para serem vendidas nas capitanias do sul, etc. No século XVIII o Rio de Janeiro se tornou a principal porta de entrada dos navios negreiros que traziam escravos para serem vendidos em Minas Gerais, e em 1763, a cidade do Rio de Janeiro se tornara a nova capital do Brasil. Em 1808 a Corte Portuguesa se estabeleceu na capital fluminense, e isso contribuiu para o crescimento da cidade e da capitania, passando a ser a cidade mais importante do Brasil no cenário político e social no século XIX, como capital imperial do país; pois São Paulo acabou por ocupar o cenário econômico devido ao café. Em 1960, o município do Rio de Janeiro tornou-se o Estado da Guanabara (1960-1975), compreendendo por quinze anos uma cidade-estado dentro do estado do Rio de Janeiro, neste caso, Niterói tornara-se a capital do estado. 


Bandeira do Rio de Janeiro

O nome Rio de Janeiro é bem antigo, e originou-se de um equívoco. Segundo consta, fora no ano de 1502 que o capitão Gaspar de Lemos  em uma de suas viagens de exploração da costa brasileira, teria chegado com seu navio na entrada da baía de Guanabara, na época era 1 de janeiro, logo, Gaspar acreditando que se trata-se da foz de um grande rio, batizara o local de "rio de Janeiro". Décadas depois, descobriu-se que tratava-se de uma baía, a qual os nativos chamavam de Guanabara, entretanto, quando Estácio de Sá fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e a capitania homônima, escolhera "Rio de Janeiro", nome dado pelo equívoco de Gaspar de Lemos. 

Rio Grande do Norte (RN)

Capital: Natal
Gentílico: Potiguar (mais usado), norte-rio-grandense
Fronteiras: Oceano Atlântico (N), Oceano Atlântico (L), Ceará (O), Paraíba (S)
Número de municípios: 167
Região: Nordeste


Originalmente Capitania do Rio Grande, pois não havia a capitania homônima no sul, daí o não uso da palavra norte para se referir a sua localidade para diferencia-lo. A Capitania do Rio Grande fora uma das quinze capitanias originárias, embora que possivelmente estas terras em 1499 já teriam sido avistadas pela expedição espanhola de Vicente Pizón o qual acredita-se que teria chegado ao Cabo de São Agostinho em Pernambuco, meses antes da frota de Cabral chegar. Entretanto, ainda não há fontes concretas se Pizón realmente avistou o que hoje são os litorais de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, mas sabe-se que ele avistou o Maranhão e o Pará, pois seguia viagem em direção as Antilhas. 


Localização do Rio Grande do Norte

Em 1535, João de Barros fora nomeado como capitão-donatário do Rio Grande, mas falecera no ano seguinte, não podendo levar à cabo o início da colonização da sua capitania. Outras expedições foram enviadas para iniciar a colonização, mas a hostilidade dos Potiguaras prejudicou tal iniciativa e isso levou o abandono da capitania por vários anos, algo que se assemelhou com o Ceará e o Maranhão. Os franceses aproveitaram e começaram a invadir a região para traficar pau-brasil. A ocupação do Rio Grande só iniciaria-se de fato após a fundação da Paraíba em 1585, de onde os capitães-donatários da Paraíba e de Pernambuco partiram para reconquistar o Rio Grande. Em 6 de janeiro de 1596 a entrada de Manuel Mascarenhas Homem, capitão-donatário de Pernambuco e de Feliciano Coelho, capitão-donatário da Paraíba, chegou a costa do Rio Grande, onde deram início a construção da Fortaleza da Barra do Rio Grande, rebatizada popularmente de Forte dos Santos Reis Magos, hoje Forte dos Reis Magos. Três anos depois, Jerônimo de Albuquerque com sua tropa, dera início a construção da cidade de Natal, no dia 25 de dezembro de 1599A partir de Natal, entradas partiram para desbravar e ocupar o Ceará e o Maranhão, que também estava abandonados na época. Assim como a Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Ceará e Maranhão, o Rio Grande seria ocupado pelos holandeses por vinte anos.

Bandeira do Rio Grande do Norte

O nome Rio Grande parte de uma questão geográfica, onde os portugueses batizaram inicialmente o rio Potenji (poti = camarão + i = água = "água dos camarões" ou "rio dos camarões") chamando-o de Rio Grande, pois naquele momento julgava-se que fosse um grande rio, devido a vastidão de seu estuário. Tal fato é evidente, pois o local onde fora construído a primeira fortaleza da região, chama-se Fortaleza da Barra do Rio Grande. O acréscimo da palavra norte, veio apenas várias décadas depois para desassociar da Capitania do Rio Grande do Sul. 

Rio Grande do Sul (RS)

Capital: Porto Alegre
Gentílico: Gaúcho (mais usado), sul-rio-grandense
Fronteiras: Santa Catarina (N), Oceano Atlântico (L), Argentina (O), Uruguai (S)
Número de municípios: 497
Região: Sul

O Rio Grande do Sul também fora no princípio colonizado pelos espanhóis, onde ainda no século XVI, os jesuítas fundaram algumas missões na região que ficaria conhecida como "Província do Tape" ou "Reduções do Tape". Na terceira década do século XVII os bandeirantes chegaram no Tape, muitos haviam participado dos ataques no Guairá, e agora retornavam para aterrorizar as reduções jesuíticas da região. De fato, embora os bandeirantes tenham por quase vinte anos atacado as reduções jesuíticas do local, forçando os espanhóis se debandarem para o oeste, a região ficou praticamente desprovida de colonização. Em 1680 no sul do Uruguai fora criada a Colônia do Sacramento, de frente para o estuário do Rio da Prata, ficando do outro lado deste a cidade de Buenos Aires. Embora, Sacramento ficasse no que hoje é o sul do Uruguai, fora o ponto de partida para que Portugal reivindica-se perante os espanhóis a posse de todas as terras entre São Paulo e a Colônia do Sacramento, terras estas que haviam sido usurpadas da colonização espanhola.

Localização do Rio Grande do Sul

As reivindicações portuguesas surtiram efeito em 1681, quando a Espanha reconheceu de forma provisória a posse das terras alegadas pelos portugueses. Entretanto, fora a partir do século XVIII que começou a ocupação propriamente do que hoje é o Rio Grande do Sul, enquanto isso, os portugueses começavam ocupar a costa, e ao mesmo tempo, novas missões jesuíticas ocupavam o que hoje é o oeste do estado, mas que na época ainda era território espanhol. Em 19 de novembro de 1736 fora erguido na Lagoa dos Patos, o Forte Jesus, Maria e José, onde posteriormente erguer-se-ia a Vila do Rio Grande, a primeira capital da região. 

A colonização se desenvolveria principalmente a partir da pecuária, com a criação das estâncias, onde os tropeiros ou carreteiros como também são chamados, seguiam com o seu gado para ir vendê-lo em São Paulo e Minas Gerais. Em 1738 fora criada a Capitania do Rio Grande de São Pedro, que também englobava o território da atual Santa Catarina. Neste caso, a Capitania do Rio Grande de São Pedro era subordinada a administração do Rio de Janeiro, apenas em 1760, ela ganhou administração e governo próprio. Em 1807, D. João VI, a rebatizara para Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, transferindo a capital para a cidade do Rio Grande. A capitania conservou o nome durante o Império do Brasil, e com o início do governo republicano, passou a se chamar apenas Rio Grande do Sul, tendo seu território diminuído e adquirindo o formato de hoje. 


Bandeira do Rio Grande do Sul

O Rio Grande durante o século XVIII e XIX fora palco de conflitos e acordos territoriais para definir a posse das Missões Ocidentais ou Missão dos Sete Povos, território ocupado pelos jesuítas espanhóis, assim como pelas terras no atual Uruguai que passou a ser chamado de Província Cisplatina (1817-1828), nome pelo qual ficou reconhecido enquanto permanecera sob a posse primeiro de Portugal e depois do Brasil. A Guerra dos Farrapos ou Farroupilha (1835-1845) fora uma revolução que lutou pela independência do Rio Grande do Sul do governo imperial brasileiro, chegando até mesmo a constituir a República Rio-Grandense (1836-1845), Estado revolucionário  que não  tivera reconhecida sua autonomia pelo governo imperial brasileiro. 

Assim como no caso do Rio Grande do Norte o rio Potenji fora confundido como sendo um grande rio, o mesmo acontecera no sul, onde os portugueses e os holandeses, que também visitaram e mapearam a região, confundiram a Lagoa dos Patos (Pato era o nome de uma tribo indígena, daí a referência) como sendo a foz de um grande rio. De fato, a Lagoa dos Patos, é a maior laguna do Brasil, como 265 quilômetros de comprimento, dimensões que levaram os portugueses e holandeses a acreditarem que fosse um grande rio. Em 1737, quando fora criada a Vila do Rio Grande, o nome se oficializou para a região, embora que Rio Grande do Sul, só veio a ser adotado no século XIX, para se diferenciar do Rio Grande do Norte. 

Rondônia (RO)

Capital: Porto Velho
Gentílico: Rondoniense ou rondoniano
Fronteiras: Amazonas (N), Mato Grosso (L), Acre e Bolívia (O), Bolívia (S)
Número de municípios: 52
Região: Norte

A região de Rondônia já havia sido visitada pelos espanhóis no século XVI, no século seguinte fora a vez de algumas entradas e bandeiras, como a de Antônio Raposo Tavares, famoso bandeirante, que percorreu a região e meados do século XVII. Todavia, o lugar fora deixado a posse dos indígenas, pois a colonização não viu nada de interessante naquelas terras. No século XVIII, com o desenvolvimento da mineração na Capitania do Mato Grosso, algumas entradas foram realizadas em direção ao rio Guaporé, para se descobrir jazidas de ouro ou minas naquelas terras, logo Rondônia passou a fazer parte do Mato Grosso. O governador do Mato Grosso,  Antônio Rolim de Moura Tavares incentivou a fixação de colonos nas margens do rio Guaporé para ocupar aquela região, pois os espanhóis a cobiçavam, embora que tecnicamente aquelas terras pertenciam a ele. Entretanto, com a assinatura do Tratado de Madrid (1750), a região de Rondônia passou a pertencer oficialmente ao Mato Grosso, ao Brasil e aos portugueses. Nos anos seguintes povoados seriam erguidos, assim como fortes para proteger a região dos índios arredios e dos peruanos (pois a Bolívia na existia nesta época). 

Localização de Rondônia

O Mato Grosso com a escassez de suas minas ficou quase que estagnado no tempo, por cerca de um século, até que com o início do Ciclo da Borracha no final do século XIX, muitos mato-grossenses se dirigiram para o noroeste da província no que hoje é Rondônia, a fim de se tornarem seringueiros, alguns de lá, partiram para o Amazonas e o Acre. Alguns nordestinos também foram se fixar nesta região para se tornarem seringueiros. O Ciclo da Borracha dera uma nova vida a região noroeste do Mato Grosso no final do século XIX e começo do XX. Em 1943, Getúlio Vargas criou os Territórios Federais, como fora mencionado anteriormente, e um destes territórios fora o Território Federal de Guaporé, que compreendia quase que o atual território de Rondônia. Guaporé vinha do rio homônimo, que significa em tupi "campo da catarata" ou "cachoeira do campo". Em 1956, o território fora renomeado para Território Federal de Rondônia, e apenas em 1981 se tornou um estado. 

Bandeira de Rondônia

O nome Rondônia foi uma homenagem dada ao marechal Cândido Mariano da Silva Rondon (1865-1958), que fora um famoso militar e sertanista da região. O termo sertanista era atribuído desde o século XVI, para referir-se aos homens que iam explorar os sertões (designação genérica para se referir ao interior), fosse em entradas, em bandeiras, em missões militares, etc. No caso de São Paulo, eles chamavam seus sertanistas de bandeirantes. 

Rondon participou do movimento republicano no final do século que resultou na proclamação da República em 1889, viajou várias vezes pelo o Mato Grosso, Goiás e o Amazonas, para coordenar e supervisionar a construção de linhas de telégrafo; realizou expedições para explorar o Amazonas e entrar em contato com os povos indígenas do estado, assumiu cargos no exército, realizou mapeamentos, e levantamento de dados geográficos, etc. A partir de seus feitos, o governo federal o homenageou, dando o nome de Rondônia ao território federal de Guaporé. Em 1957 chegou a ser indicado ao Nobel da Paz pela Explorer's Club dos Estados Unidos. 

Roraima (RR)

Capital: Boa Vista
Gentílico: Roraimense
Fronteiras: Venezuela (N), Pará e Guiana (L), Amazonas (O), Amazonas (S)
Número de municípios: 15
Região: Norte

A região que hoje compreende Roraima, já havia sido percorrida pelos espanhóis, ingleses, franceses e holandeses, pois tal região assim como a Amapá, compreendiam a região chamada de Guianas. Todavia, os portugueses passaram por estas densas florestas no século XVII, mas apenas nos século XVIII que missões jesuíticas portuguesas se instalaram na região para catequiza os indígenas, e os portugueses temendo que os ingleses, franceses e holandeses, os quais dominavam parte das Guianas invadissem aquelas terras, que Portugal já julgava desde 1750 serem suas, começou-se a se fundar povoados e fortes, como o Forte de São Joaquim do Rio Branco para defender a região. De qualquer forma, Roraima pertencia a Capitania do Grão-Pará, depois rebatizada de Capitania do Grão-Pará e Rio Negro.


Localização de Roraima

A ocupação de Roraima fora lenta e começou propriamente a se intensificar no final do século XVIII com a vinda de gado bovino e equino, e a criação de fazendas de gado para abastecer a região amazônica, embora que o Maranhão e o Pará também fizessem isso. No século XIX, o nordeste de Roraima fora palco de disputas com os ingleses no que ficou conhecido como a Questão do Pirara, onde tal região era reivindicada pelos ingleses que alegavam que aquelas terras faziam parte da Guiana inglesa e não do Brasil. A questão do Pirara perdurou até 1904, quando fora solucionada. Durante o século XIX, Roraima fazia parte da Província do Amazonas, e posteriormente no período republicando, do estado do Amazonas. Em 1943 com a criação dos Territórios Federais, a região fora desmembrada do Amazonas, se tornando o Território Federal do Rio Branco, onde nome se deve ao rio Branco, principal rio da região. Em 1962, o território fora rebatizado para Território de Roraima, e apenas em 1988, tornou-se o atual estado de Roraima. Durante os anos 60, 70 e 80, Roraima se tornara um importante centro minerador do Norte, tendo até mesmo minas de ouro e de diamantes. 

Bandeira de Roraima

A hipótese mais aceita para o significado do nome Roraima, é que tal nome provêm da língua indígena dos Ionomâmi, onde rora ou roro = verde + ímã = serra ou monte, logo Roraima seria "Monte Verde" ou "Serra Verde", pois na região há muitas serras, e como algumas são densamente cobertas por florestas, daí a alusão a "monte verde". Além disso, no estado existe o monte Roraima, de onde fora tirado o nome para batizar a região. 
Santa Catarina (SC)

Capital: Florianópolis
Gentílicos: Catarinense (mais usado), barriga-verde
Fronteiras: Paraná (N), Oceano Atlântico (L), Argentina (O), Rio Grande do Sul (S)
Número de municípios: 295
Região: Sul

Desde o começo do século XVI a costa de Santa Catarina fora visitada por portugueses, espanhóis, holandeses e ingleses, embora que nunca chegou-se a ali se estabelecer uma colonização, pois os espanhóis estavam mais interessados nas cercanias do Rio da Prata, e posteriormente as Províncias do Guairá e do Tape, enviam alguns missionários para tais terras para catequizar, mas não existia povoados ou vilas nesta região. Os indígenas ainda possuíam o domínio do local. Os portugueses não se apossaram destas terras, pois estavam foram dos limites do Tratado de Tordesilhas, e os ingleses e holandeses não viraram interesse lucrativo nenhum na região. Entretanto, no século XVII com o avanço das bandeiras pelo Guairá, os bandeirantes começaram a explorar a atual região de Santa Catarina, indo em direção ao Tape e ao Uruguai.

Localização de Santa Catarina

Em 1675, o bandeirante Francisco Dias Velho (1622-1687) pediu a Câmara da Capitania de São Vicente, o direito de tomar posse de terras naquela região, que ele havia visitado dois anos antes; para lá e partiu com sua família e outras famílias de colono, além de levar escravos, e se estabeleceu na ilha de Santa Catarina, nome que ele dera ao local (anteriormente chamada de Ilha dos Patos, em referência a tribo indígena dos Patos), onde hoje se encontra o município de Florianópolis, a atual capital do estado. Francisco fundou a igreja de Nossa Senhora do Desterro, a primeira da região. Ali e ele se manteve com a família e os demais pelos anos seguintes, chegando a passar por problemas de escassez de alimentos e abastecimento, pois a região era bem isolada do restante da colônia, e diferente do Paraná que estava englobado a Capitania de São Vicente; Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, ainda permaneceram algum tempo marginalizados a colônia, pois embora estivessem subordinados a São Vicente, sua colonização estava estagnada, até que fora criada a Capitania de São Pedro. Santa Catarina ficou anexada a Capitania de São Pedro até que em 1822 com a criação do Império do Brasil, fora criada a Província de Santa Catarina, a separando do Rio Grande do Sul, entretanto desde pelo menos 1820, havia iniciativas do governo "catarinense" para se separar do Rio Grande do Sul. Em 1829, chegaram os primeiros alemãs para povoar a região, e em 1839, fora proclamada a República Juliana, inspirada na revolução farroupilha, mas a república revolucionária fora desmanchada ainda no mesmo ano. 

Bandeira de Santa Catarina

Acerca da origem do nome do estado, essa provêm da ilha de Santa Catarina, onde Francisco Dias Velho fundou o primeiro povoado da região. Diz-se que ele tinha uma filha chamada Catarina, e em homenagem a filha, batizou a ilha com o nome da Santa Catarina. Além disso, acredita-se que ele teria também quando erguido a Igreja de Nossa Senhora do Desterro, homenageado Santa Catarina de Alexandria (217-308), a primeira com este nome a se tornar santa, e uma das mais conhecidas (pois existem cinco santas com o nome Catarina). 

Todavia, existe também a hipótese que o nome Santa Catarina, não fora dado a ilha por Francisco Dias, mas pelo italiano a serviço da Coroa Espanhola, Sebastião Caboto (1476-1557) o qual seguindo viagem para a foz do Rio da Prata, seguira próximo costa, onde teria avistado por volta de 1526 ou 1527 a Ilha dos Patos, e teria a rebatizada de Ilha de Santa Catarina, pois seria dia 25 de novembro, dia litúrgico de Santa Catarina de Alexandria. Além disso, existe outra hipótese envolvendo Caboto, na qual diz que a homenagem a ilha partira  do nome de sua esposa, Catarina Medrano Caboto

São Paulo (SP)

Capital: São Paulo
Gentílico: Paulista 
Fronteiras: Minas Gerais e Rio de Janeiro (N), Oceano Atlântico (L), Mato Grosso do Sul (O), Paraná (S)
Número de municípios: 645
Região: Sudeste

Originalmente o atual território de São Paulo, pelo menos da costa até a metade do estado, estava dividido entre os domínios da Capitania de São Vicente, criada em 1534, por Martim Afonso Sousa, embora que desde 1532, ele já havia criado a Vila de São Vicente, a primeira vila do Brasil, na ilha homônima; e os domínios da Capitania de Santo Amaro, batizada por Pero Lopes de Sousa. Entretanto, décadas depois, praticamente não se falaria mais na Capitania de Santo Amaro, pois embora não oficialmente estivesse anexada a São Vicente, algo que só ocorrera no século XVII, não-oficialmente a administração da mesma era subordinada a sua vizinha. No final do século XVI, descobriu-se jazidas de ouro em São Vicente, onde os exploradores Afonso Sardinha, pai e filho por volta de 1590 teriam descoberto jazidas de ouro nas serras de Jaguamimbaba em Jaraguá, e posteriormente em outras localidades da capitania. 

Localização de São Paulo

A descoberta de ouro em terras vicentinas não fora suficiente para enriquecer a capitania ou iniciar uma corrida do ouro, as poucas jazidas eram pequenas e raras. No século XVII, os paulistanos, habitantes da Vila de São Paulo do Piratinga (1553), se especializarão na exploração, caça de índios, luta, etc., assim surgiam os bandeirantes. O século XVII seria o auge do bandeirismo, onde os bandeirantes explorariam, desbravariam, conquistariam, pilhariam e matariam por mais de um século, em busca de índios, ouro, diamantes, esmeraldas, etc., indo explorar terras que hoje são o Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso e o do Sul, Goiás, Piauí, Ceará, Maranhão, etc., além de visitar outras capitanias do Nordeste, indo trabalhar como mercenários e paramilitares para destruir quilombos, na Bahia, Pernambuco e Paraíba. De fato foram os bandeirantes que descobriram ouro em Minas Gerais e iniciaram o Ciclo do Ouro. Em 1720 com autonomia de Minas Gerais da administração da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, criada em 1709, e a mudança do escoamento do ouro para o Rio de Janeiro e não mais Santos, isso levou os paulistas a se dedicarem a outras atividades, como fora o caso da cana de açúcar e a fornecer abastecimento a Minas Gerais. 

A Capitania de São Paulo, posteriormente Província de São Paulo só voltaria a ganhar destaque na história brasileira no final do século XIX, com o desenvolvimento da cafeicultura, onde através do café os chamados "barões do café" começariam a modernizar a Vila de São Paulo e outras vilas da província, assim como o próprio porto de Santos. No século XX, a cidade de São Paulo consolidou-se como importante centro econômico, político, social e cultural do país, sendo hoje a maior cidade do Brasil e uma das maiores do mundo, além de que no estado de São Paulo, vivem mais de 20 milhões de pessoas, representado pelo menos 10% da população brasileira. O estado de São Paulo, também é o estado brasileiro com a maior concentração de estrangeiros, provenientes de várias nacionalidades como: italianos, portugueses, bolivianos, chineses, japoneses, sírios, alemãs, líbios, libaneses, paraguaios, uruguaios, etc. 

Bandeira de São Paulo

O nome atual do estado provêm do colégio fundado pelos jesuítas, padre Manuel da Nóbrega e o irmão José de Anchieta em 25 janeiro de 1553 sobre uma pequena colina, onde com a ajuda dos colonos e dos índios, ergueram o Colégio de São Paulo do Piratininga, que em 1560 tornou-se uma vila. Entretanto, apenas no século XVIII é que a capitania recebeu o nome de São Paulo. A escolha do nome do Apóstolo, devera-se pelo fato de que acredita-se que no dia 25 de janeiro, Paulo de Tarso teria sido convertido por Jesus ao Cristianismo, pois o dia litúrgico de São Paulo é em 25 de junho. Além disso, São Paulo, é um dos Santos Apóstolos mais reconhecidos devido as suas epístolas no Novo Testamento, e sua proximidade com Cristo.  

Sergipe (SE)

Capital: Aracaju
Gentílico: Sergipano
Fronteiras: Alagoas (N), Oceano Atlântico (L), Bahia (O), Bahia (S)
Número de municípios: 72
Região: Nordeste

O Sergipe era originalmente compreendia o território da Capitania da Baía de Todos os Santos, hoje é o menor estado do país com 21.910 km². A ocupação do local começou em meados do século XVI, onde os portugueses começaram a ocupá-lo devido a ameaça dos franceses de invadir a região, pois navios franceses iam contrabandear pau-brasil naquelas terras. Posteriormente, com o início dos canaviais, a região entre Olinda, Recife e Salvador estava bem deserta, a ocupação do que hoje é o Sergipe fora necessária para criar uma "ponte" entre as duas capitanias. Em 1590, na União Ibérica (1580-1640) o rei Filipe II criou a Capitania de Sergipe del-Rei, como forma de acelerar a ocupação do norte da Bahia, e a criação de engenhos, canaviais e depois gado bovino. Por cerca de um século, entradas e bandeiras percorreram o Sergipe atrás da lendária "Serra da Prata".

Localização de Sergipe

Durante o Domínio Holandês, Sergipe ficou fora da conquista dos holandeses, contribuindo com a produção açucareira para Portugal, ao lado da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, pois Pernambuco, Paraíba e Rio Grande, grandes produtores açucareiros, estavam sob o domínio dos holandeses. Em 1820, Sergipe fora oficialmente emancipada da subordinação da Bahia, e em 1822 tornou-se a Província de Sergipe


Bandeira de Sergipe

O nome Sergipe provêm do rio Sergipe, de onde o nome é de origem tupi, que significa: siri=siri + i = água + pe = em = "no rio dos siris". Entretanto, o rio também era chamado antigamente de Cirizipe ou Ceregipe, que significa "ferrão do siri". A referência aos siris, se deve que antigamente o rio era abundante nestes animais, onde as tribos que viviam próximo as margens costumavam pescá-los. 

Tocantins (TO)

Capital: Palmas
Gentílico: Tocantinense
Fronteiras: Maranhão e Pará (N), Bahia e Piauí (L), Pará e Mato Grosso (O), Goiás (S)
Número de municípios: 139
Região: Norte

O Tocantins é o estado mais novo do Brasil, criado em 1 de janeiro de 1989 por decreto aprovado em 1988 na Assembleia Constituinte Nacional, mas antes disso a região compreendia o norte de Goiás. A colonização da região só começou propriamente no século XVIII, antes disso, os portugueses e os colonos já haviam passado pela região em entradas e bandeiras, seguindo em direção ao Maranhão, Piauí, Mato Grosso e Pará. No século XVIII começou a efetiva ocupação de Goiás devido a descoberta de ouro pelos bandeirantes, como fora salientado anteriormente, assim, o norte da capitania começou a ser escassamente ocupada, principalmente a partir da fazendas de gado, a partir de pastos criados para alimentar rebanhos no Maranhão, Pará e Piauí. A medida que o século XVIII prosseguia, a região norte de Goiás estava praticamente a parte do desenvolvimento colonial, de fato, o sul de Goiás se desenvolveu relativamente mais rápido do que o norte, e isso contribuiu para gerar diferenças entre os goianos do norte e do sul.

Localização de Tocantins

No final do século XVIII surgiram movimentos emancipatórios no norte de Goiás que se intensificaram no século XIX. Em 1807, D. João VI reconhecendo os problemas oriundos do quase abandono do norte de Goiás após a escassez das minas de ouro da capitania, criou a comarca, batizada de Capitania de São João das Duas Barras, também conhecida como Capitania de São João da Palma, devido ao fato que a Vila de Palma fora escolhida em 1810 para se tornar a capital da capitania. em 1814, D. João VI, suspendeu a autonomia da Capitania e a reintegrou a Goiás, na época as elites goianas solicitaram ao rei, que não havia cabimento de manter outra capitania. 

Em 1821, Joaquim Teotônio Segurado (1775-1831), funcionário público, advogado, escritor, militante, político, etc., lutou pela criação da Capitania de São João das Duas Barras, e depois que esta fora suprida, voltou a se manifestar para recuperar a independência do norte de Goiás. Em 1821, na "Revolta de Cavalcante", Joaquim T. Segurado e o padre Coelho de Matos, lideraram a revolta que proclamou a emancipação de Goiás, e a criação da Província de São João de Palma, embora que a capital fora transferida para a cidade de Cavalcante. Segurado tornou-se o primeiro "presidente" da província autônoma, e nos dois anos seguintes, dois presidentes foram eleitos, entretanto, os revolucionários falharam em conseguir o reconhecimento oficial da província e em 1823, D. Pedro I, já imperador do Brasil, declarou a província ilegal, e retornou a região a Província de Goiás. Novos protestos voltariam a ocorrer no século XIX e XX, porém o movimento emancipatório perdera muita das suas forças, daí a demora de conseguir criar-se o Tocantins apenas em 1988, oficializado em 1 de janeiro de 1989

Bandeira de Tocantins

O nome Tocantins provêm do rio Tocantins, o principal rio da região. Por sua vez, o nome do rio adveio da tribo Tocantin que habitava próximo ao rio. O nome é de origem tupi, que significa: tukana = tucano + tim = bico = "bico de tucano". 


Localização dos estados e do distrito federal nas estrelas da bandeira do Brasil.

NOTA: Dos 26 estados brasileiros, 10 estados possuem seus nomes oriundos a partir do nome de rios, sendo que 9 estados (Rio Grande do Norte embora tenha partido do nome do rio Potenji, o estado não adotara o mesmo nome) possuem o mesmo nome dos seus rios. O Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, embora mantenham estes nomes ligados a rios, na realidade foram equívocos cometidos, mesmo assim preservaram tais referências.
NOTA 2: Dos 26 estados, 16 estados possuem seus nomes referentes a alguma fonte de água, sejam rios, lagoas, baías, o mar, etc.  
NOTA 3: Dos 26 estados, 13 estados possuem nomes de origem indígena. 
NOTA 4: Ao longo da história brasileira, houveram várias capitanias com o nome de santos, hoje apenas duas destas mantiveram tal tradição, São Paulo e Santa Catarina, além do Espírito Santo, no quesito religioso. 
NOTA 5: Das 26 bandeiras dos estados, três trazem o nome dos seus estados: Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná. 
NOTA 6: O estado de Minas Gerais possui o maior número de municípios, totalizando 831 municípios, enquanto Roraima só possui apenas 15. Isso é bem contrastante, quando pensamos que o Amazonas, o maior estado do Brasil, possui apenas 62 municípios, e Sergipe o menor estado do país, tem 72 municípios: 
NOTA 7: Os Territórios Federais que foram criados no governo de Vargas foram: Território Federal de Fernando de Noronha (hoje o arquipélago esta subordinado a Pernambuco), Território Federal de Ponta Porã (hoje Mato Grosso do Sul), Território Federal do Amapá (atual Amapá), Território Federal do Guaporé (atual Rondônia), Território Federal de Rio Branco (atual Roraima), Território Federal de Iguaçu (compreendia a porção oeste do Paraná). Embora o Acre fosse um território federal, este não fora criado por Getúlio Vargas. 
NOTA 8: Palmas, a capital do Tocantins é a capital estadual mais nova do Brasil, pois embora a cidade exista desde o século XIX, apenas em 1990, ela fora oficializada como capital do estado do Tocantins. 
NOTA 9: Dos territórios federais do Acre, Amapá, Guaporé, Rio Branco e Ponta Porã, que originaram estados, com exceção do Acre e Ponta Porã (Mato Grosso do Sul) que foram reconhecidos respectivamente em 1962 e 1979 como estados, os demais apenas foram reconhecidos em 1988. Sendo que Tocantins, embora não fosse um território federal, fora o último estado a ser criado. 
NOTA 10: A bandeira de Minas Gerais é inspirada na bandeira da Inconfidência Mineira, onde a única diferença é o fato de que na bandeira dos inconfidentes, o triângulo era da cor verde. A frase em latim "LIBERTAS QUÆ SERA TAMEN", significa "Liberdade ainda que tardia".
NOTA 11: A bandeira do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul trazem escrito o lema de seus estados; na bandeira da Paraíba, a palavra "Nego", vem do verbo negar, onde em 1930, os paraibanos protestaram contra a eleição presidencial daquele ano, pois a Paraíba apoiava Getúlio Vargas, e não reconhecera a vitória do candidato eleito. A bandeira do Piauí, traz a data da reintegração do Piauí como província brasileira. No caso da bandeira do Rio Grande do Sul, além do lema: "Igualdade, Liberdade e Humanidade", há também a data de fundação da República Rio-Grandense, assim como a menção ao seu nome. 

Referências Bibliográficas:
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TAUNAY, Affonso de E. História das Bandeiras Paulistas - tomo I. 3a edição, São Paulo, Melhoramentos, 1975.
COUTO, Jorge. A Gênese do Brasil. In: MOTA, Carlos Guilherme (org). São Paulo, Viagem Incompleta, 2000.

TAVARES, Luis H. D. O Primeiro Século do Brasil: Da expansão da Europa Ocidental aos governos gerais das terras do Brasil. Salvador, EDUFBA, 1999.

ALMEIDA, Horácio de. História da Paraíba, tomo I. 2a edição, João Pessoa, Editora Universitária da UFPB, 1978.

TOURINHO, Eduardo. Significado do nome Ceará. Jornal do Comércio, Rio de Janeiro, 25-01-1964. 
LINHARES, Sérgio. Histórico do estado do Rio de Janeiro. Disponível na internet: www.cide.rj.gov.br/cidinho.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, v. 2, São Paulo, Nova Cultural, 1998.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, v. 3, São Paulo, Nova Cultural, 1998.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, v. 10, São Paulo, Nova Cultural, 1998.
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Grande Enciclopédia Larousse Cultural, v. 19, São Paulo, Nova Cultural, 1998.
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Grande Enciclopédia Larousse Cultural, v. 21, São Paulo, Nova Cultural, 1998.
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