Pesquisar neste blog

Comunicado

Comunico a todos que tiverem interesse de compartilhar meus artigos, textos, ensaios, monografias, etc., por favor, coloquem as devidas referências e a fonte de origem do material usado. Caso contrário, você estará cometendo plágio ou uso não autorizado de produção científica, o que consiste em crime de acordo com a Lei 9.610/98.

Desde já deixo esse alerta, pois embora o meu blog seja de acesso livre e gratuito, o material aqui postado pode ser compartilhado, copiado, impresso, etc., mas desde que seja devidamente dentro da lei.

Atenciosamente
Leandro Vilar

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Raízes do Brasil - uma síntese

Esse texto foi escrito por mim ainda no início do Curso de História há alguns anos, hoje após reencontrá-lo em meus arquivos digitais, chego a conclusão que merece por parte de mim a releitura dessa obra. Mas espero que essa simples síntese, feita por um historiador no início de seus estudos, seja útil ao ponto de despertar o leitor brasileiro ou estrangeiro a conhecer melhor essa obra, considerada hoje um dos cânones da historiografia brasileira.

APRESENTAÇÃO

Sérgio Buarque de Holanda
Raízes do Brasil fora publicado em 1936 pelo historiador, jornalista e critico literário brasileiro Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), consistindo numa espécie de ensaio sobre alguns pontos pertinentes da colonização brasileira e sua cultura. Influenciado em parte pela historiografia francesa da "Escola dos Annales", reforçada pela presença notória do historiador francês Fernand Braudel (1902-1985) nos anos que viveu em São Paulo como professor de história na Universidade de São Paulo (USP), entre 1935 a 1937; e pelo lançamento do volumoso e hoje clássico Casa Grande & Senzala do historiador, sociólogo, antropólogo e escritor brasileiro Gilberto Freyre (1900-1987) em 1933, o qual trouxe um vasto e detalhado relado sobre a relação entre os distintos níveis da sociedade brasileira na época colonial, revelando uma profunda mestiçagem étnica e cultural; Sérgio procurou explorar nessa sua obra questões culturais, sociais e comportamentais, que marcaram a formação do povo brasileiro.

A primeira vista o livro pode parecer estranho pois não trata de forma convencional a história do Brasil, seguindo as divisões tradicionais entre colônia, império e república, ou narrando sobre os acontecimentos notórios de cada período, o tão pouco se prendendo a deixar marcado datas, fatos e nomes. O livro em si, consiste numa obra para aqueles que já possuam uma noção pelo menos básica da história brasileira.

A obra se divide em sete capítulos:
  • Fronteiras da Europa
  • Trabalho e Aventura
  • Herança Rural
  • O Semeador e O Ladrilhador
  • O Homem Cordial
  • Novos Tempos
  • Nossa Revolução
CAPÍTULO UM: Fronteiras da Europa

Neste primeiro capítulo, Sérgio Buarque pretendeu fazer uma dissertação sobre os antecedentes da colonização portuguesa no Brasil, nesse caso, falando acerca da conjectura política e social da Ibéria recém saída do medievo, mas ainda impregnada pelas tradições medievais. Aqui, Sérgio dá inicial atenção a Portugal e Espanha, antes de adentrar a falar do Brasil. Mas antes que alguém questione o porque de falar sobre Espanha, a mesma durante o período da União Ibérica (1580-1640) governou Portugal e toda suas colônias. 

Portugal e Espanha, só iriam ganhar destaque e fama na história européia durante o período das Grandes Navegações (séc. XV ao XVIII), no qual estes dois pequenos países localizados mais próximos da África do que do norte da Europa, se tornariam grandes potencias marítimas e coloniais em poucas décadas. Contudo o autor fala que Portugal e Espanha, tinham a fama de serem países que possuíam um governo e uma hierarquia frágeis, como ele aponta nessa frase: 

“À frouxidão da estrutura social, à falta de hierarquia organizada devem-se alguns dos episódios mais singulares da história das nações hispânicas, incluindo-se nelas Portugal e o Brasil”. Pág. 33. 

Neste relato o autor pretende mostrar como era para os outros paises verem Espanha e Portugal, como promissores colonizadores, se nem ao menos conseguiam ordenar sua própria nação.

Parte desta falta de regularidade hierárquica, Sérgio atribui a questões do período medieval, no qual todo mundo aprendia desde cedo qual era a sua posição naquela cidade. E tal fato era visto na própria Igreja, com as hierarquizações desde simples frade ao Papa. Na própria religião cristã, os anjos eram divididos por categorias. Tal fato leva a condição de que o mundo europeu era comandado pela Igreja Católica, a qual comandava o que devia e não se devia fazer em vida para se ter a salvação do Senhor.

"E a verdade é que, bem antes de triunfarem no mundo as chamadas idéias revolucionárias, portugueses e espanhóis parecem ter sentido vivamente a irracionalidade especifica, a injustiça social de certos privilégios, sobretudo de privilégios hereditários". Pág. 35.

Tal relato reflete a falta de consistência de uma nobreza hispânica e sua hierarquização hereditária. O que acabou por levar certos homens a se tornarem navegadores a procura de prestigio social e riquezas. A contra partida deste fato é a questão de haver pessoas que descendiam de linhagens nobres, mas as quais viviam como pobres e até em certos casos miseráveis. O próprio autor fala que alguns dos costumes da nobreza eram os mesmos das pessoas comuns, e nos próprios palácios os seus filhos conviviam com os filhos dos serviçais.  

Para se transpor tais dificuldades, os portugueses e espanhóis, procuraram reviver o fator do mérito pessoal como forma de ser reconhecido pelos seus feitos, e não pelo o que herdou. Porém tal prática encontrou obstáculos perante a própria Igreja, e a sociedade impregnada de velhos valores. 

“Nunca eles se sentiram muito à vontade em um mundo onde o mérito e a responsabilidade individuais não encontrassem pleno reconhecimento”. Pág. 37.

A Igreja criticava o chamado “lucro torpe”, a procura de enriquecimento desleal, mesmo tal fato esse fora praticado por muito tempo pela própria Igreja durante o período medieval. Por outro lado se tinha a desvalorização do esforço trabalhista, os nobres preferiam o ócio ao trabalho, e para completar havia a questão da autoridade e da obediência, fato este que o autor indica os jesuítas da Companhia de Jesus, como os melhores representantes.

CAPÍTULO DOIS: Trabalho e Aventura

Neste capítulo dois o autor inicia sua explanação sobre a colonização do Brasil. Inicialmente ele fala que a colonização se deu de forma desleixada, e não com entusiasmo, pelos portugueses. Tal fato se deve que Portugal estava mais interessada no comércio com as Índias, na recém descoberta de uma rota marítima por Vasco da Gama, o qual trouxe grandes quantidades de mercadorias que abarrotaram os cofres de dinheiro, quando as mesmas fora vendidas. Assim, pelo fato de o Brasil só possuir até então o pau-brasil como produto mais rendoso, os portugueses, levaram três décadas para de fato iniciar a colonização da Terra de Santa Cruz como era chamado o Brasil antigamente. 

“Essa exploração dos trópicos não se processou, em verdade, por um empreendimento metódico e racional, não emanou de uma vontade construtora e enérgica: fez-se antes com desleixo e certo abandono”. Pág. 43. 

Mesmo com essa falta de uma preocupação direta, os portugueses souberam agir de forma a facilitar e a rapidamente a se adaptar a estas novas terras, de uma forma nunca vista antes entre os europeus. Para tal fato, Sérgio Buarque fala que para estas condições se realizarem, ocorreu uma junção entre o tipo aventureiro e o tipo trabalhador, que ambos os motivos, foram propulsores para iniciar-se o processo colonização.

Tais características foram marcantes, no ponto de vista que os portugueses e espanhóis se dedicavam mais ao trabalho e ao chamado espírito aventureiro do que os ingleses, os franceses e os alemães. Os primeiros colonos, logo aprenderam a comerem farinha de mandioca, e a dormirem em redes, a caçarem e pescarem como os índios, e a se utilizarem de outras práticas, a exemplo de se queimar a floresta para se plantar (coivara). E em poucas décadas, os portugueses deram inicio as plantações de cana, transformando as terras do Brasil em grandes latifúndios, monocultores e escravistas, tal fato este devido a condição de inicialmente não terem descobertos riquezas minerais, e posteriormente notando que o clima era favorável ao cultivo da cana de açúcar, produto este que se tornou muito valorizado na Europa.

A questão dos latifúndios acabou por se tornar de acordo com o autor um fator para o motivo da presença da escravidão do negro, já que as tentativas de se obrigar os indígenas a trabalharem nas plantações foram frustradas. E por outro lado, o negro se adaptava melhor ao árduo trabalho das plantações de cana, e acabou por se tornar peça importante neste papel econômico e colonizador do Brasil. Os portugueses já haviam praticando o cultivo da cana de açúcar a algumas décadas, nos arquipélagos de Cabo Verde e Açores, e já empregavam a mão-de-obra escrava negra, logo como viram que o negro aprendia mais rápido que o indígena, e era mais "favorável" a ser escravizado, passaram em meados do século XVII a trazerem africanos para trabalhar na província. 

Mas no caso das plantações de cana, o autor fala que o modo de se cultivar, praticamente não se modificou o se modernizou ao longo dessas várias décadas de inicio da colônia. Que as técnicas agrícolas eram já bem inferiores e até mesmo rústicas, fato este corroborado pela falta ou o quase desuso do arado no cultivo da terra. Fato este explicado pelo autor devido às condições de o solo ser pobre, e escasso de recursos orgânicos que se encontravam próximos da superfície, e o arado, acabaria por desgastar o solo e reduzir esses recursos orgânicos.

Mas para frente o autor começa a falar sobre a introdução dos negros no Brasil e em Portugal. Algumas personalidades da época comentam o número cada vez maior de negros entrado em Portugal e no Brasil, que este número crescia a cada ano, e muito da população começava a se misturar com os negros, gerando os "mestiços". Os negros logo se tornaram uma mercadoria cara e cobiçada. 

“A gente mais rica tinha escravos de ambos os sexos, e não faltava quem tirasse bons lucros da venda dos filhos de escravos”. Pág. 54.

Mas em meio a toda essa miscigenação, os mestiços, filhos tantos de escravos com brancos, e índios com brancos, os chamados mulatos, acabaram por de certo modo sofrerem preconceitos e ofensas, devido a sua cor e origem. Exemplo disso era o fato de que determinado cargos políticos, públicos, e de outros setores, não poderia ser assumido por um mulato.

"E preciso convir em que tais liberalidades não consistiam lei geral; de qualquer modo, o exclusivismo “racista”, como se diria hoje, nunca chegou a ser, aparentemente, o fator determinante das medidas que visavam reservar a brancos puros o exercício de determinados empregos". Pág. 55.

Tal condição se daria tanto pela descriminação da cor, da raça, e até mesmo pelo fato de que os europeus consideravam o intelecto do índio e do negro insuficiente para realizar determinadas atividades. Porém a parti de 1755 o governo reconheceu alguns direitos aos mulatos, permitido estes a ter acesso a determinadas áreas e a exercer determinadas atividades, mas enquanto aos negros e seus descendentes, tudo isso fora relegado. Contudo mesmo com estes empecilhos ao acesso a determinados cargos, os mulatos, negros e índios, assumiam o serviço dos mais variados trabalhos ditos artesanais. Eles eram sapateiros, oleiros, ferreiros, "manteiros", taberneiros, e até mesmo cirurgiões (nessa época o cirurgião não era propriamente um médico, mas sim um homem que realizava "cirurgias comuns", como costurar ferimentos e arrancar dentes) e barbeiros.

Ainda continuando a falar sobre o trabalho colonial, um aspecto importante lembrado pelo autor é a questão da cooperação entre os trabalhadores na realização de determinados trabalhos, desde o roçado até a construção civil. O que o historiador chama de "mutirão", a união de várias pessoas, e até mesmo voluntariamente, contudo estas uniões não implicavam em um trabalho ordenado ou constante, consistia em mais uma forma de se dar apoio e ajuda, a amigos, parentes e vizinhos. Tal característica fora bem vista entre pessoas da classe baixa.

Por fim o último assunto a ser tratado neste capitulo é basicamente sobre a tentativa dos holandeses de formarem em Pernambuco uma colônia holandesa propriamente dita. O autor não nega, que durante o governo holandês (1630-1654), Pernambuco passou por muitas transformações, e muitas delas positivas, contudo, ele se preocupa em mostrar porque essa tentativa acabou fracassando.

A primeira condição fora a adaptação dos holandeses ao clima quente do Brasil, por serem povos do norte europeu, como ingleses, franceses e alemães, tinham uma maior dificuldade de se acostumar com um clima mais quente. O segundo ponto era o fato, que o governo holandês pretendia enviar para o Brasil, centenas de famílias de colonos, porém o próprio povo não via a vinda para o Brasil como um bom negócio, e outros desaprovavam a ideia. Havia também a questão da religião, que para os índios e negros e os próprios portugueses, não se davam muito bem em aceitar o calvinismo holandês, e para completar vinha a questão do idioma. O autor fala que era muito difícil para as pessoas aprenderem o idioma holandês, e por outro lado os índios e escravos já estavam familiarizados com o português. Sobre esta questão o autor chega a ironizar quando diz, que os escravos velhos, eram incapazes de aprenderem o holandês. Devido a essas e outras dificuldades os holandeses acabaram por não resistirem as barreiras culturais impostas pelos portugueses há vários anos no Brasil.

CAPÍTULO TRÊS: Herança Rural

No capitulo três, Sérgio Buarque aborda a questão a qual ele chama de nossa herança cultural. Ele faz um breve comentário sobre a forma de como a sociedade e a política se organizava no Brasil colonial e imperial, e sua relação com o tráfico de escravos, e a relação entre campo e cidade.

Desde o começo da colonização até 1888, data da abolição da escravidão no Brasil, as cidades brasileiras não tinham muita importância, já que grande parte da população e da riqueza do país advinham do campo, do meio. Fato este defendido pelo autor, quando ele fala que a política e os grandes cargos, todos eram monopolizados pelas ricas famílias rurais, as quais levavam seus filhos para estudarem fora do país, para que quando retornassem pudessem trabalhar em altos cargos, ou em profissões valorizadas. Não obstante, tal fato também se devia pela condição que no Brasil não existia ensino superior até o século XIX, depois da criação das faculdades de Direito, Medicina, Belas-Artes, Engenharia, etc., a elite começou a se formar no país mesmo, embora que um ou outro viaja-se para a Europa ou Estados Unidos para aperfeiçoar seus estudos.

"Na Monarquia eram ainda os fazendeiros escravocratas e eram filhos de fazendeiros, educados nas profissões liberais, que monopolizava a política, elegendo-se ou fazendo eleger seus candidatos, dominando os parlamentos, os ministérios, em geral todas as posições de mando, e fundando a estabilidade das instituições nesse incontestado domínio". Pág. 73. 

A primeira vista pode parecer que os fazendeiros detinham grandes influência no governo e na sociedade colonial brasileira, contudo, mas a frente será dada mais detalhes destas influências que os ricos fazendeiros tinham na sociedade brasileira.

Passando deste breve relato introdutório, Sérgio Buarque, passa para os anos de 1850, o qual fora uma década que ocorreu várias mudanças no Brasil imperial. Em 1851 é inaugurado o segundo Banco do Brasil, em 1852, se inaugura a primeira linha telegráfica do Rio de Janeiro, em 1853 é fundado o Banco e Hipotecário, em 1854 se inaugura a primeira linha férrea do país ligando o porto de Mauá a estação do Fragoso, e em 1855 dar-se a construção da segunda linha férrea, a qual ligaria a Corte à capital da província de São Paulo.

Tais feitos permitiram que o país cresce-se economicamente, politicamente e socialmente, pois passou a atrair o interesse de investidores estrangeiros, e também a mobilizar mudanças sociais no campo e na cidade, como o gradativo fim da escravidão.

Os bancos tinham novos investidores, a estrada de férreo permitia uma maior velocidade no escoamento das produções. Aos poucos o progresso chegava ao Brasil, em novas formas de renda e de vida iam surgindo. Neste ponto o autor fala que aos poucos o Brasil perdia sua velha herança rural e colonial, baseada no trabalho escravo, o qual se veria abalado com a proibição do tráfico negreiro.

A Lei Eusébio de Queirós (1850) fora um duro golpe para a aristocracia fundiária, pois passou a proibir o tráfico negreiro no Atlântico (embora que por alguns anos ainda se manteve um tráfico ilegal). Fato este o qual nasceu em meios a cobranças externas, a um amor patriótico, e a outros vários interesses. Contudo para alguns, tal lei fora vista, como algo que poderia abalara a economia do país futuramente. Para se evitar possível crise, foram criadas formas de se enganar a fiscalização dos portos. No que acabou por levar ao suborno de muitos funcionários e dos próprios jornais, os quais abafavam o caso.

Sérgio Buarque expõe alguns dos métodos utilizados para se conseguir a entrada de escravos no Brasil, métodos estes que vão desde o suborno da policia, de oficiais e até mesmo a falsificação de documentos. Mas mesmo assim com o tempo a lei começou a mostrar resultados, em 1851 fora registrado a entrada de 3.287 negros, se comparando com 1848 que foram 60 mil.

"Essa extinção de um comércio que constituíra a origem de algumas das maiores e mais sólidas fortunas brasileiras do tempo deveria forçosamente deixar em disponibilidade os capitais até então comprometidos na importação de negros". Pág. 76.

Mesmo com o fim do tráfico negreiro, a economia não fora abalada como muitos acharam, quem mais perdeu foram aqueles que dependiam do tráfico para seu lucro, contudo, a economia sofreu um rever-se quando os bancos começaram a fazer a proposta de empréstimo credencial, para tanto ajudar os que estavam em falência, como também para incentivar pequenos produtores e empresários, abrindo oportunidade para um crescimento econômico. 

“A ânsia de enriquecimento, favorecida pelas excessivas facilidades de crédito, contaminou logo todas as classes e foi uma das características notáveis desse período de “prosperidade’”. Pág. 77.

Contudo tal “prosperidade” não duraria muito, e logo o Brasil se viria em sua primeira grande crise econômica em 1864. Neste período era exposto para a sociedade o caso do Barão de Mauá, o qual fora o criador da ideia de se dá crédito aos futuros produtores e comerciantes. Além disso, Mauá era um dos que defendia o fim do tráfico negreiro, ele se mostrava como sendo um homem do povo, mas posteriormente, alguns de seus esquemas foram descobertos, revelando ideias ilícitas, nas quais haviam questões políticas em jogo. Sérgio fala, que Mauá quisera dá inicio a uma evolução, em se criar um progresso para o Brasil, mas seus ideais, encontraram a força de certas tradições e costumes, que desde o começo da colônia perduravam pelo Brasil.

Deste ponto, o autor retoma a respeito sobre a autoridade e a influência dos engenhos no período colonial e imperial. Sérgio Buarque se referia aos engenhos como sendo como quase verdadeiras "repúblicas", no sentido de formarem um "pequeno Estado" e não na questão política. As fazendas com engenhos, possuíam igrejas, escolas, oficinas, mercados, alojamentos, senzalas, praticamente boa parte do que eles usavam no dia a dia vinha da própria terra. Mas outra questão a ser citada, era a autoridade dos senhores de engenho, os quais muitos se faziam ser a própria lei em seus domínios, autoridade essa que em certas ocasiões ia de encontro com a própria justiça brasileira. Outro ponto a ser abordado em relação a este período é a questão da escravidão, a qual fora estudada pelo futuro Visconde de Cairu, o qual queria mostrar que a riqueza não dependia somente da quantidade de mão-de-obra, mas sim da inteligência, como se valer da astúcia e de boas ideias para criar empreendimentos lucrativos. Porém tal argumento não fora fácil de ser aceito, já que muitos defendiam a velha frase de: 

“Terem os homens a maior riqueza possível com o menor trabalho possível”. Pág. 84.

E para tal condição existe a escravidão. Sérgio também compara essa questão com os exemplos modernos do Taylorismo e do Fordismo, ambas as práticas que exploravam de forma inteligente a mão-de-obra, lhe proporcionando um grande lucro, em seu tempo.

Mas o que Sérgio quis passar neste capitulo, é como a dependência dos escravos era muito grande para a sociedade da época, como a vida girava em torno das fazendas, como as cidades dependiam destas, e como o próprio governo e a sociedade, eram influenciados pela chamada herança rural.

CAPÍTULO QUATRO: O Semeador e O Ladrilhador

No capitulo quatro, Sérgio aborda à questão sobre a formação de cidades tanto na América Espanhola e Portuguesa, ele explora as diferentes formas de como estes dois povos colonizaram a América. Sérgio Buarque inicia o capitulo fazendo uma rápida explanação sobre a importância da fundação de cidades desde a Antiguidade, dando como exemplo Roma e as cidades-estados gregas, onde tais povos se preocupavam primeiramente em se fundar uma cidade do que estabelecer uma vila de agricultores.

Condição essa que será analisada neste capitulo, no qual se compara o método espanhol e o português. Os espanhóis tinham a preocupação de acentuar e mostrar a importância e a influência da Metrópole espanhola sobre as terras recém conquistadas, e para isso eles logo se dispuseram a criarem cidades, as quais passariam a ser prolongamentos da própria Espanha no novo mundo. Fato este que é reforçado quando se ver a fundação de universidades nas principais cidades da América Espanhola. Algo que só veria ocorrer no Brasil somente a parti do século XX.

Enquanto os espanhóis não tinham problemas para colonizarem o interior de suas terras, por outro lado os portugueses tinham a maior cautela em se colonizar os sertões, motivos estes dos mais variados. Isso acabou por deixar a colonização portuguesa voltada praticamente para a zona litorânea, na qual se concentrava os portos, as vilas e as poucas cidades existentes e a maioria das fazendas. O autor fala que a preocupação portuguesa fora mas por assegurar que sua colônia dependesse da Metrópole portuguesa, e que está pudesse lhe garantir recursos, daí a proximidade com o oceano, única via de acesso e contato com a Metrópole. Visão está que perdurou por longos anos, o que acabou por atrasar o processo de urbanização no Brasil.

Outro ponto importante citado por Sérgio é a questão de que na colonização espanhola estes tiveram mais sorte de terem encontrado povos ditos mais avançados, os quais possuíam muito ouro e prata, os quais foram totalmente saqueados pelos espanhóis. No caso do Brasil, a febre do ouro só viria acontecer com a descoberta das Minas Gerais no final do século XVII, quase duzentos anos depois da "descoberta do Brasil". Com a descoberta das minas de ouro, isso contribuiu para intensificar a colonização do interior brasileiro. Colonização essa a qual aconteceu com forte fiscalização do governo, que na época proibiu a ida de estrangeiros para a região das minas, e também a entrada de estrangeiros no próprio Brasil, com exceção dos ingleses e dos holandeses.

“A partir de 1771, os moradores do distrito ficaram sujeitos à mais estrita fiscalização. Quem não pudesse exibir provas de identidade e idoneidade julgadas satisfatórias devia abandonar imediatamente a região”. Pág. 103. Para o autor tal condição levou a Portugal colocar mais ordem no Brasil. Mas mesmo com a descoberta das minas, a colonização ainda continuou fortemente na região litorânea. Condição está favorecida pelo fato de que grande parte das tribos indígenas falava praticamente a mesma língua de norte a sul. “Mesmo em seus melhores momentos, a obra realizada no Brasil pelos portugueses teve caráter mais acentuado de feitorização do que de colonização”. Pág. 107.

Mas mesmo sobre tais medidas, a colonização portuguesa fora mais liberal do que a espanhola, fato este devido a grande aceitabilidade portuguesa com os indígenas. Característica esta não vista muito entre os espanhóis. Condição esta que leva o autor a remeter ao que ele chamou de a “nobreza nova dos Quinhentos”, época esta marcada pelas Grande viagens de descobertas portuguesas, pela ascensão da burguesia em Portugal e pela descoberta do Brasil. Neste ponto o autor passa a glorificar a literatura e os feitos dos portugueses, citando Luís de Camões (1524?-1580) como o grande responsável por retratar a glória portuguesa. Condição essa a qual ele lembra que os portugueses eram conhecidos por serem muito soberbos e vangloriosos.

O último grande ponto a ser comparado entre espanhóis e os portugueses fora a questão religiosa, na qual teve um maior impacto e peso na América Portuguesa. Para alguns autores a Igreja tinha mais poder sobre a colônia portuguesa do que o próprio rei. Por fim o autor procura neste rápido esboço de suas pesquisas revelar um pouco das diferenças entre Espanha e Portugal no processo de colonização. Daí o título da capítulo ser o "semeador", em referência aos portugueses que se preocuparam mais com a organização rural, e o "ladrilhador", em referência aos espanhóis que deram mais atenção a zona urbana e a exploração massiva dos indígenas, em detrimento da escravidão negra. 

CAPÍTULO CINCO: O Homem Cordial

Neste quinto capitulo o autor passa abordar a questão da formação das pessoas no seio familiar brasileiro, e como essa criação acabou por um lado, sendo positiva e por outro negativa. Um ponto interessante que achei esse capitulo mais complicado do que os outros. Acho que ele não conseguiu expor e forma clara como ele pretendia expor suas ideias e opiniões. Contudo ele quis mostrar que há uma grande diferença entre a família e o Estado, enquanto vivemos com nossas famílias crescemos em um mundo regido por suas regras, as pessoas que temos mais contato são nossos pais e irmãos. Contudo, é necessidade dos homens terem que uma hora abandonar o lar e seguir por contra própria. Nessa questão, o individuo estaria a mercê das leis do Estado, ele teria que aprender a se comportar e a viver perante a um novo grupo de pessoas.

Para se explicar tal fato, Sérgio usou o exemplo da questão industrial. Antes da Revolução Industrial (iniciada na metade do século XVIII na Inglaterra), tudo era produzido de forma artesanal, cada artesão conhecia seu produto do inicio ao fim de sua elaboração. E essas pequenas fábricas eram organizadas pelas próprias famílias, mas com a chegada da revolução, os operários agora passaram a ter seu trabalho especializado em determinada atividade, e o que antes era algo de família, passou a ser um verdadeiro "governo" de pessoas. Em uma fábrica agora passou-se a ter vários patamares, do mais baixo que era o operário até o mais alto, que era o dono ou os donos, toda uma hierarquia funcionária fora criada. A sociedade agora passou a se ver cada vez mais distante daqueles que comandavam. Condição essa que Sérgio atribuiu à questão da individualidade, algo que aprendemos a conviver cada vez mais nesta sociedade progressiva. Por outro lado ele defende essa idéia, quando diz que a criança desde cedo deve aprender a fazer suas próprias escolhas, se libertando do domínio da mãe e do pai.

Fato esse que era visto claramente no período colonial, imperial e até hoje. Sérgio Buarque cita como exemplo, de como os pais mandavam os filhos irem estudar fora do país, para voltarem formados como doutores. Muitos pais queriam que seus filhos fossem médicos ou advogados. Filhos estes que quando voltavam, retornavam influenciados pelas novas ideias européias, e com uma nova visão do mundo. Retornavam maduros, pois passariam a conviver longe do núcleo familiar, e tendo que realizar suas próprias decisões

O último ponto a ser tratado neste capitulo é a questão religiosa, na qual, o autor fala que ao mesmo tempo a sociedade tinha muita fé, como também não parecia ter nenhuma. Enquanto ele fala que em muitas casas de antigamente, as pessoas preferiam ter uma capela em sua própria casa, como forma de estarem mais próximas de Deus, mesmo assim muitas ainda não mostravam total devoção. Questão essa relatada por alguns estrangeiros os quais relatam o descaso e até falta de respeito por muitos brasileiros, a determinadas festividades religiosas. 

“Os homens mais distintos delas participam apenas por hábito, e o povo comparece como se fosse a um folguedo”. Pág. 151. 

Tal condição era defendida, por alguns devido ao fato do clima levar as pessoas a se excitarem mais, ou ficarem mais fervorosas, fato esse no qual algumas festas religiosas, acabavam tomando um cunho mais folclórico e comemorativo, do que ser uma questão de fé. 

“No Brasil é precisamente o rigorismo do rito que se afrouxa e se humaniza”. Pág. 149.

CAPÍTULO SEIS: Novos Tempos

No capitulo seis o autor inicia abordando a questão a respeito do bacharelado, algo que antigamente no Brasil era sinônimo de status e respeito, contudo o intrigante é que ele fala que muitos bacharéis não seguiam a carreira para que se formaram, apenas possuíam o diploma como forma de terem status. O autor fala que muitos destes homens procuravam uma forma de conseguir se engajarem em outra profissão, ou até mesmo trabalharem em vários empregos ao mesmo tempo.

“Ocupar cinco ou seis cargos ao mesmo tempo e não exercer nenhum é coisa nada rara”. Pág. 156.

Questão essa que Sérgio Buarque fala que muitos dos bacharéis recém formados procuravam emprego como funcionários públicos, ou procuravam empregos nas profissões liberais, cargos estes muitos almejados. Tal fato reforça a ideia de quando ele fala que o bacharelado era mais como um status do que um indicio de uma carreira propriamente dita. Condição essa, na qual vale ressaltar que grande parte da população era analfabeta, e somente eram os poucos que tinham a condição de se formarem nas universidades estrangeiras.

Ou outro assunto a ser abordado é a questão do Positivismo no Brasil, prática esta que acabou sendo bem aceita entre os políticos e a aristocracia, os quais viam no positivismo uma forma de colocarem todas as ideias apoiadas na proclamação da República. Contudo a questão da república era algo de difícil compreensão. Para o autor a república fora um mal entendido.

"Trouxemos de terras estranhas um sistema complexo e acabado de preceitos, sem saber até que ponto se ajustam as condições da vida brasileira e sem cogitar das mudanças que tais condições lhe imporiam".  Pág. 160.

A formação de uma nação democrática e republicana fora concebida, nos ideais positivistas, dos quais muitos não tiveram a preocupação de se realmente tudo isso iria funcionar. Até então o país nunca havia tido um governo oficialmente democrata. Todo o planejamento de uma reforma política chegou ao Brasil através dos intelectuais e bacharéis que viam da Europa para o Brasil, os quais muitos estavam influenciados pelas ideias liberais e democráticas. 

“Nossa independência, as conquistas liberais que fizemos durante o decurso de nossa evolução política vieram quase de surpresa”. Pág. 160. 

Mas tais mudanças não foram só vistas no meio político, no próprio meio social e educacional, se via a influência de tais valores. Como já fora dito, os responsáveis por tal feito, consistiam num pequeno grupo, em meio a uma massa de analfabetos, realidade essa que procurou ser combatida pelo governo. Contudo o autor ressalta que muitos dos escritores da época, a maioria era de famílias ricas, e muitos destes estavam mais próximos da realidade que envolvia o governo e a vida do país. Mas a exceção destes, Sérgio Buarque cita Machado de Assis, como sendo um dos grandes responsáveis por tratar de questões que envolviam a sociedade antes e depois da república, ele criara mundos, os quais fugiam da realidade da época, uma fase de intensa transição de valores e conceitos. 

A exemplo destes conceitos, o autor cita o “amor bizantino” pelos livros, algo que teve como ilustre representante D. Pedro II, o qual seu amor pela literatura, fora um dos símbolos da intelectualidade oficial do país. Mas essa questão ressalta a condição que posteriormente muitos buscaram nos livros uma forma de fugirem da realidade. O autor fala que o Brasil durante o período da república tinha vergonha de sua fase imperial, e via na república uma forma de conseguirem alcançar suas metas sem dependerem de um único líder, mais sim através de seus direitos e da democracia.

Neste capitulo Sérgio Buarque revela um pouco da conturbada situação que o país vivia, na transição de duas épocas, e o impacto disto na sociedade. No próximo capitulo, ele revelará quais foram tais mudanças. 

CAPÍTULO SETE: Nossa Revolução

Para Sérgio o ano de 1888, ano da abolição da escravatura no Brasil, é uma data a qual marca a divisão de dois períodos no Brasil, da passagem do império para a república. 

“A grande revolução brasileira não é o fato que se registrasse em um instante preciso; é antes um processo demorado e que vem durando pelo menos há três quartos de século”. Pág. 171.

A sociedade e a política do país transgrediram das zonas rurais para as zonas urbanas. As cidades voltaram a desempenharem um novo papel, agora se sobressaindo da sombra das fazendas e dos antigos engenhos.

O Brasil entrava em um novo contexto social, em uma época que muitos dos países vizinhos que já haviam se tornado independentes e aderidos a governos republicanos. O Brasil, agora era o primeiro país de colonização portuguesa a se tornar uma república. As demais colônias portuguesas na África e Ásia, só ganharam suas independências no século XX. País este cercado pelas influências dos outros países de colonização espanhola, e pelo próprio Estados Unidos. O autor fala que nessa época a cultura do país ainda era largamente influenciada pela cultura ibérica, e o “americanismo” não havia conseguido influenciar essa nova nação republicana.

Outra questão que Sérgio Buarque aborda é a substituição da cultura da cana de açúcar pelo café, atividade essa que se revelou muito lucrativa, e que teve seus altos e baixos. Os antigos senhores de engenho agora se tornavam os barões do café, os velhos engenhos eram substituídos pelas modernas usinas, a aristocracia rural agora disputava lugar com a aristocracia comercial e industrial. A sociedade e a política passavam por grandes transformações e os velhos hábitos iam desaparecendo.

Condição essa que os demais países latinoamericanos também estavam passando. Sérgio Buarque também fala que tanto o Brasil quanto os demais países tiveram a base nos ideais da Revolução Francesa.

"As palavras mágicas liberdade, igualdade e fraternidade sofreram a interpretação que pareceu ajustar-se melhor aos nossos velhos padrões patriarcais e coloniais, e as mudanças que inspiraram foram antes de aparato do que de substância". Pág. 179.

Baseados nestas ideias os líderes da revolução buscaram criar um novo país, tendo a sociedade baseada nos novos costumes e nas novas influências. Porém tomando oposição a essas ideias, o “caudilhismo” surge como forma de se criticar o liberalismo promovido pelos ideais da Revolução Francesa, como também por outros núcleos. O autor fala que para se superar a doutrina democrática, a qual se ver dividida em liberalismo e caudilhismo (organização de poder centralizada na figura de um caudilho (chefe), sendo comum nas ex-colônias espanholas), deve ser primeiro se vencer estas duas antíteses, as quais marcaram o cenário político e social da época.

"O mundo está farto de tais movimentos. O ideal seria uma boa e honesta revolução, uma revolução vertical e que trouxesse à tona elementos mais vigorosos, destruindo para sempre os velhos incapazes". Pág. 181.

Com este confronto entre ideais, o governo se ver dividido no controle das velhas oligarquias rurais, as quais disputam lugar com a recém chegada democracia liberal, a qual também disputa autonomia contra a ditadura de alguns caudilhos. Ditaduras essa vista em países vizinhos e depois no próprio Brasil. No fim o autor fala que os preceitos políticos e sociais, baseados no liberalismo, se veem de forma inútil e onerosa de superfetação, e que para isso, devemos buscar novos meios e perspectivas para mudar nossa realidade, a qual se ver em uma harmonia falsa. O autor busca criticar a forma de como a política brasileira evoluíra do período imperial para o republicano, e como este, como ele já havia dito não passara de um mal entendido. 

Para mim Sérgio Buarque, esse último capítulo representa uma crítica de Sérgio ao governo brasileiro, primeiramente a chamada "república do café com leite", onde as oligarquias paulistas e mineiras controlavam o país; daí passamos para o Golpe de 1930, quando Getúlio Vargas assumiu a presidência e ali arquitetou para permanecer. Se tomarmos em consideração que o livro fora publicado durante o governo de Vargas, o qual havia iniciado em 30, um governo provisório mais acabou ficando 15 anos no poder, dá para se entender porque o Sérgio fala a respeito de caudilhismo e ditadura, pois em 1937, um ano depois do lançamento do livro, Vargas deu início ao que ficou conhecido como Estado Novo, legitimando-se antidemocraticamente na presidência até 1945. 

Embora Raízes do Brasil tenha sido lançado a mais de 70 anos, os assuntos tratados por Sérgio Buarque de Holanda se tornaram profundamente marcantes para se entender um pouco do desenvolvimento cultural e social do povo brasileiro e do país.

NOTA: Sérgio Buarque teve nove filhos sendo um dos mais conhecidos o cantor, músico e compositor Francisco "Chico" Buarque de Holanda
NOTA 2: Sérgio era primo em primeiro grau do famoso crítico literário, lexicógrafo, professor, tradutor, filósofo e ensaísta brasileiro Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1910-1989) conhecido principalmente no Brasil por ter sido um dos idealizadores do Dicionário Aurélio
NOTA 3: A influência do Positivismo fora tão marcante nos fins do império e começo da república, que influenciou a frase que se encontra na bandeira nacional brasileira "Ordem e Progresso" adveio de uma frase de Augusto Comte, idealizador do Positivismo que dizia: "O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim".
NOTA 4: Em 2004 o cineasta brasileiro Nelson Pereira dos Santos lançou o documentário Raízes do Brasil, falando a respeito da vida e carreira de Sérgio Buarque, da produção de seu livro e a influência da obra hoje no século XXI.

Referência Bibliográfica: 
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26 ed, São Paulo, Companhia das Letras, 1997. 

Nenhum comentário: